Exército estuda reformulação do treino operacional
O Exército vai avaliar a "eventual necessidade de reformular" toda a área do seu treino operacional.
Essa avaliação, que surge mais de um ano após a morte de dois recrutas no curso de Comandos, vai ser feita por um grupo de trabalho criado quinta-feira pelo general Rovisco Duarte, chefe do Estado-Maior do Exército (CEME).
A esse grupo de trabalho, que vai ser presidido pelo major-general Raul Cunha, foram indicados três prazos: o próximo dia 31 deste mês para elaborar um plano de trabalho, 16 de fevereiro para entregar um estudo prévio e, até 13 de abril deste ano, para entregar a proposta final.
Esse trabalho, segundo o despacho do CEME, terá em conta "os mais recentes conceitos operacionais implementados" ao nível da NATO.
Essa comparação com o que se faz noutros países aliados permitirá verificar se há "necessidade de eventual adequação" do treino ministrado no Exército "aos requisitos operacionais e de exigências" constantes de dois documentos da NATO (sobre avaliar a prontidão de combate de forças e quartéis-generais terrestres).
O general Rui Cunha, na reserva e juiz militar no Tribunal da Relação do Porto desde 2014, é um antigo comandante da Brigada de Reação Rápida e especialista na área das operações especiais - paraquedistas, comandos e operações especiais (ranger).
Recorde-se que as mortes de dois recrutas, em setembro de 2016, levaram o Exército a suspender temporariamente os cursos de comandos. Foi aberto um inquérito técnico especial sobre a formação e treino dos militares daquelas forças especiais, sendo aprovados meses depois os novos referenciais de curso.