Fontes judiciais citadas pela imprensa espanhola referem que durante a sua audição perante o juiz Pablo Ruz, Barcenas afirmou ainda que não fará mais declarações sobre este caso. .Bárcenas negou-se também a submeter-se a uma prova caligráfica, que devia permitir comparar a sua letra com a das fotocópias de documentos, publicados pelo jornal El Pais e que, alegadamente, documentam uma suposta contabilidade paralela do PP..O ex-tesoureiro geriu as contas do Partido Popular (PP) espanhol durante cerca de 18 anos e atualmente está a ser investigado por envolvimento num alegado esquema de pagamentos irregulares aos principais dirigentes do partido, entre 1990 e 2009, e que incluem o primeiro-ministro espanhol, Mariano Rajoy..Além disso, é arguido num outro processo, conhecido como Gurtel, que envolve vários ex-dirigentes do PP, em vários pontos de Espanha, numa rede de corrupção e branqueamento de capitais..Hoje, Barcenas disse que era a oitava vez que era chamado sobre este mesmo caso e que, por isso, não prestaria qualquer declaração nem hoje nem em futuras audições para as quais seja convocado..Sobre a prova caligráfica, Barcenas disse que já se submeteu durante uma hora e meia a um exame deste tipo perante a Procuradoria Anticorrupção, no passado dia 06 de fevereiro e que, por isso, não considera necessário que seja repetida..Ruz queria repetir a prova depois de suspeitas expressas pela procuradoria, com base no relatório dos peritos caligráficos, de que Barcenas poderia ter tentado falsificar a sua letra nessa primeira prova..O ex-tesoureiro e o PP estão envolvidos numa crescente polémica com queixas e acusações mútuas apresentadas na justiça espanhola, na sequência da divulgação dos documentos pelo jornal El Pais..No início deste mês o ex-tesoureiro, que está também a ser investigado por alegada corrupção, apresentou uma queixa por maus-tratos laborais contra o PP. .Nessa queixa, apresentada na Direção Geral do Trabalho em Madrid, Barcenas considera que a decisão do PP, que na semana passada decidiu alegadamente 'desocupar' o escritório que este mantinha na sede do partido, viola a "sua privacidade como trabalhador"..Esta denúncia surge após o Partido Popular espanhol ter afirmado em diversas ocasiões que Luis Bárcenas não mantinha qualquer vínculo laboral com o partido, desde que deixou o cargo de tesoureiro em março de 2010 devido ao seu envolvimento no caso de corrupção conhecido como "Gürtel"..O Partido Popular espanhol, por seu lado, apresentou uma demanda por violação do direito à honra contra a empresa detentora do El País, assim como contra o "autor dos falsos documentos divulgados que, segundo o referido órgão de comunicação, é Luis Barcenas, apesar de este o ter negado publicamente perante o Departamento de Anticorrupção"..O ex-tesoureiro já apresentara em finais de fevereiro uma queixa contra o partido do chefe do Governo espanhol Mariano Rajoy por "despedimento improcedente" do cargo de consultor que ocupou entre março de 2010 e final de janeiro..Posteriormente, apresentou uma segunda queixa, numa esquadra em Madrid, pelo alegado roubo de dois computadores que estavam no escritório que estava a usar na sede do PP na Calle Genova..Citando fontes judiciais, o El País avançara que Luis Barcenas recebeu, entre março de 2010 e janeiro de 2013, 21.300 euros mensais por exercer funções como consultor, informação que contradiz declarações dos principais responsáveis do PP que afirmam que desde 2010 que o ex-tesoureiro não tem qualquer vinculo laboral com o partido..Na queixa, ainda segundo o diário espanhol, Barcenas acusa o PP de o ter dado de baixa da Segurança Social sem o seu consentimento, o que motivou a queixa contra o partido para o qual trabalhou durante quase 31 anos.