Ex-secretário de Estado afinal não sabe se ministro sabia de licenciaturas falsas

CDS pediu demissão de Brandão Rodrigues, que negou que soubesse da declaração falsa de ex-chefe de gabinete. Wengorovius Meneses demitiu-se em abril por "ingerências frequentes"
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O anterior secretário de Estado da Juventude e do Desporto, João Wengorovius Meneses, afirmou ontem que afinal não sabe se o ministro da Educação conhecia a situação académica de Nuno Félix, o ex-chefe de gabinete do secretário de Estado da Juventude e do Desporto que foi demitido por ter prestado uma declaração falsa sobre as suas licenciaturas. Tratou-se de "um mal-entendido", escreveu.

O ministro negou categoricamente nesse dia que conhecesse os factos, o próprio Wengorovius disse à TSF (na última sexta-feira, ao fim da noite) que "nunca disse" que comunicou "formalmente ao senhor ministro" aquela informação, mas a oposição de direita cavalgou a polémica: o CDS exigiu a demissão do ministro da Educação e o PSD veio pedir explicações a Brandão Rodrigues.

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Agora, João Wengorovius Meneses veio confirmar que não sabe se o ministro teve conhecimento das declarações falsas de Nuno Félix. No texto publicado na sua conta do Facebook, a que o DN teve acesso, é o próprio que dá conta de como surgiu deste "mal-entendido".

"Na sexta-feira passada, o Observador contactou-me e, perante questões sensíveis e concretas, procurei responder com máxima transparência. Houve apenas um mal-entendido na peça, que teve a ver com o facto desta afirmar que o ministro saberia das falsas licenciaturas. Eu não sei se sabia e recuso-me a especular sobre isso em público."

No post que escreveu no seu mural do Facebook, o ex-governante diz que passou o fim de semana "a declinar convites" para se explicar, mas insiste numa longa justificação sobre o que terá levado à sua demissão do Governo em abril passado, sublinhando a sua incompatibilidade com o chefe de gabinete. E na cronologia em que Wengorovius sintetiza o factos, mais uma vez se percebe que não comunicou nada ao ministro: quis primeiro substituir Nuno Félix, pela "sua falta de competência e lealdade"; o ministro pediu-lhe para não o exonerar; e "uns dias depois, já muito perto de deixar o Governo" é que Wengorovius soube, "pela jurista do gabinete".

O ministro já tinha dito que o Wengorovius "não saiu devido a questões relacionadas" com Félix e a "incorreção" da sua "nomeação".

Por sua vez, o ex-secretário de Estado insistiu neste texto que a sua saída do Governo se deveu a "ingerências frequentes e injustificadas" e "valores/métodos de trabalho incompatíveis".

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