Ex-presidente sul-coreana detida por suspeita corrupção
A ex-presidente da Coreia do Sul, Park Geun-hye, foi detida esta noite por suspeita de corrupção, num caso que levou ao seu afastamento da liderança do país no início deste mês.
Park, de 65 anos, foi levada para um centro de detenção a sul de Seul depois de um tribunal ter ordenado a sua detenção. As autoridades podem detê-la durante 20 dias até formalizarem a acusação. É a terceira ex-presidente da Coreia do Sul a ser detida por acusações criminais, segundo a agência Yonhap.
A decisão do tribunal, ao fim de uma audiência de quase nove horas, é mais uma humilhação para Park Geun-hye. A primeira mulher presidente da Coreia do Sul foi eleita em 2012 no meio de uma onda de nostalgia conservadora pelo seu pai, o ditador Park Chung-hee, que governou o país durante 18 anos (entre 1961 e 1979) marcados por um rápido crescimento económico e abusos contra os direitos humanos.
A justiça da Coreia do Sul acusa a antiga presidente de conluio com uma amiga para extorquir grandes empresas, incluindo através de subornos.
As suspeitas levaram milhões de sul-coreanos a protestar nas ruas todos os fins de semana durante meses antes de o Tribunal Constitucional ter decidido, a 10 de março, a sua deposição. Os poderes presidenciais de Park já tinham sido suspensos em dezembro pelo parlamento.
O tribunal decidiu deter a antiga presidente porque as acusações são "graves" e os outros suspeitos envolvidos no escândalo já foram detidos e porque pode destruir provas. Nas próximas semanas, deverá ser formalmente acusada de extorsão, suborno e abuso de poder.
Na Coreia do Sul, a condenação por suborno é punida com pena de prisão perpétua.
O escândalo, conhecido por "Rasputine", está centrado em Choi Soon-Sil, a amiga da ex-presidente, suspeita de ter usado pessoas para obrigar os grandes grupos industriais do país a "dar" quase 70 milhões de dólares (cerca de 65 milhões de euros) a duvidosas fundações por si controladas.
A presidente foi acusada de cumplicidade e de permitir que Choi se intrometesse em assuntos de Estado, sem ter qualquer título oficial. Ambas negaram já as acusações, com a ex-presidente a afirmar que a amiga apenas a ajudava a escrever os discursos e nas relações públicas.
As mulheres são amigas há 40 anos.