Ex-Presidente da Geórgia detido em Kiev

Mikheil Saakashvili foi deportado para a Polónia. Autoridades ucranianas tinham negado envolvimento na detenção
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O ex-Presidente da Geórgia Mikheil Saakashvili, acusado de tentar derrubar o governo do Presidente ucraniano, Petro Poroshenko, foi hoje detido na capital da Ucrânia, Kiev, mas as autoridades negaram, nhuma primeira fase, qualquer envolvimento na detenção. Entranto, as últimas notícias avançam que Saakashvili foi detido e deportado para a Polónia.

A detenção ocorreu no interior de um restaurante na capital ucraniana.

"Esta pessoa estava ilegalmente em território ucraniano e é por isso que (...) foi enviada de volta para o país a partir do qual ela chegou em violação da lei ucraniana", precisou a guarda fronteiriça ucraniana, num comunicado, citado pelos media locais.

O Ministério Público ucraniano e os serviços de segurança ucranianos (SBU), citados pelas agências internacionais, negaram ter participado na detenção de Saakashvili e afirmaram não ter informações sobre o paradeiro do ex-Presidente da Geórgia.

Também antes da confirmação oficial da deportação, uma das porta-vozes do ex-Presidente da Geórgia, Liza Bogutska, assegurou ter indícios de que o político georgiano, antigo aliado do Presidente ucraniano (Petro Poroshenko) mas atualmente a principal figura da oposição ao governo ucraniano, estava a ser transportado para o aeroporto de Borispol, a cerca de 30 quilómetros de Kiev, para ser deportado para a Polónia.

"Estamos a ir para o aeroporto de Borispol. Aparentemente querem levar Misha (diminutivo em russo para Mikheil) no voo das 17:25 para Varsóvia. Vamos bloquear o aeroporto", escreveu Bogutska, na rede social Facebook.

Mikheil Saakashvili, que depois de deixar a Geórgia obteve nacionalidade ucraniana e foi governador da região ucraniana de Odessa, foi detido por diversas ocasiões em dezembro passado por suspeitas "de participar em organizações criminosas" e de planeamento de um eventual golpe de Estado.

O político seria libertado e, nas últimas semanas, tem denunciado uma perseguição política por parte das autoridades ucranianas, tendo exigido a demissão do executivo de Kiev.

Em julho passado, o Presidente Petro Poroshenko decidiu retirar a nacionalidade ucraniana a Saakashvili, que tinha sido atribuída em 2015.

A 10 de setembro do ano passado, Saakachvili entrou à força na Ucrânia a partir do território polaco, ao ter conseguido contornar as forças fronteiriças ucranianas com a ajuda de centenas de apoiantes.

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