Ex-PM britânico John Major admite saída do Reino Unido da União Europeia
"Hoje, pela primeira vez, há uma série possibilidade de que o nosso eleitorado vote para sair da União Europeia. Penso que a probabilidade de uma saída ainda está abaixo dos 50%. Mas se as negociações [sobre as reformas da UE exigidas por Londres] correrem mal, a pecentagem aumentará", afirmou John Major, apelando aos "parceiros europeus que compreendam que " o Reino Unido está próximo "de uma rutura que não é do interesse de ninguém".
Segundo o ex-primeiro-ministro, que sucedeu a Margaret Thatcher e esteve à frente do governo britânico entre 1990 e 1997, diz que David Cameron tem razão ao propor a organização de um referendo sobre a permanência do Reino Unido na UE em 2017, caso o Partido Conservador vença as eleições legislativas de maio do próximo ano. Desde logo, disse em Berlim, "porque não podemos ignorar a opinião pública".
No discurso que fez perante a fundação Konrad Adenauer, Major, de 71 anos, pediu que as preocupações dos britânicos, nomeadamente ao nível da imigração, sejam atendidas. "Não queremos pôr fim à liberdade de circulação, longe disso, mas a pressão [migratória] não tem travão, por isso procuramos enquadrá-la".
Cameron, igualmente conservador, prometeu para antes do Natal um plano sobre a imigração. Pressionado pela subida nas sondagens do partido eurocético Ukip, o atual primeiro-ministro tem defendido um maior controlo dos imigrantes, mesmo os oriundos de outros países membros da UE. Esta semana, Cameron foi dos primeiros a aplaudir a decisão do Tribunal de Justiça da União Europeia, que deu razão à Alemanha, contra uma cidadão romena a quem foram negadoas apoios sociais depois de recusar todos os empregos que lhe eram propostos. A decisão deverá permitir, assim, aos Estados membros da UE recusar a atribuição de prestações sociais a imigrantes.