Ex-diretor FBI quebrou protocolo na investigação a Clinton mas não agiu por motivos políticos

Departamento de Justiça afasta a possibilidade de Comey ter agido por motivos partidários contra a então candidata presidencial
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O ex-diretor da polícia federal norte-americana (FBI, na sigla em inglês), James Comey, teve procedimentos incorretos na investigação da utilização de correio eletrónico pessoal por Hillary Clinton, mas não um enviesamento político, apurou uma investigação do Departamento de Justiça norte-americano, divulgada na quinta-feira.

No relatório de 500 páginas do Departamento de Justiça afasta-se a possibilidade de Comey ter agido por motivos partidários contra a então candidata presidencial democrata, mas aponta-se que cometeu "um importante erro de apreciação", ao decidir comunicar ao Congresso e não aos seus superiores no Departamento de Justiça.

O relatório também revela que na investigação à utilização de um servidor privado, Comey utilizou a sua conta de e-mail pessoa do Gmail para assuntos oficiais e não a sua conta do FBI.

Quando faltavam apenas 10 dias para as eleições presidenciais de novembro de 2016, Comey informou o poder legislativo de que tinha reaberto a sua investigação ao uso do correio eletrónico privado por parte de Hillary Clinton.

No documento, que disponibiliza a investigação feita pelo inspetor-geral do Departamento, Michael Horowitz, são abordadas as alegações, protagonizadas entre outros por Donald Trump, de que a investigação sobre as mensagens de correio eletrónico estava a favorecer Hillary Clinton, se bem que tenha concluído que "não há provas de que as conclusões do Departamento estivessem afetadas por parcialidade ou outra consideração imprópria" a favor de Clinton.

O inspetor-geral examinou durante 18 meses a coerência das políticas e dos procedimentos do FBI, depois de Comey ter dito, em 05 de julho de 2016, que a ex-secretária de Estado não deveria ser acusada, para mais tarde, em 28 de outubro, informar o Congresso de que ia reabrir a investigação.

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