Ex-cabeça de lista da Iniciativa Liberal junta-se ao Chega

Diogo Prates foi um dos 25 membros que deixaram o partido liderado por Rui Rocha, considerando que este se transformou "numa caricatura". Vê agora no Chega "uma alternativa consistente e de qualidade" ao PS e critica sectarismo dos liberais: "No panorama político português só encontro paralelo com o PCP."
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O ex-dirigente da Iniciativa Liberal (IL) Diogo Prates, que foi cabeça de lista pelo círculo de Setúbal nas legislativas de 2019, filiou-se no Chega poucas semanas após ser um dos 25 membros do partido liderado por Rui Rocha que anunciaram a sua desfiliação a 25 de novembro., acusando a IL de se ter "tornado numa caricatura daquilo que em 2019 se propôs".

Em declarações ao DN, Diogo Prates justificou a sua adesão ao partido liderado por André Ventura por estar "plenamente convencido de que o Chega é o partido que tem mais condições para afastar o PS do poder" e para "oferecer uma alternativa consistente e de qualidade". Pelo contrário, o signatário do documento "Não foi isto que nos prometeram", que também anunciou a saída dos ex-conselheiros nacionais Diogo Saramago Ferreira e Nuno Carrasqueira, considera que a IL "faz mais parte do problema do que da solução".

Médico de profissão, Diogo Prates juntou-se à IL "muito por culpa" do seu antigo presidente (e atual deputado) Carlos Guimarães Pinto, liderando os núcleos territoriais de Almada e de Setúbal e tornando-se cabeça de lista pelo círculo de Setúbal em 2019. Nas legislativas seguintes, em 2022, já com João Cotrim Figueiredo à frente do partido, passou para o último da lista - da qual se elegeu Joana Cordeiro para a Assembleia da República -, após ter recusado o convite para ser cabeça de lista por Évora.

A opção por se juntar ao Chega foi tomada pelo médico, a quem "a política nunca foi indiferente", com base numa avaliação em que, além da liderança de André Ventura, foram determinantes "as pessoas que estão no partido". "Quem tem a perceção de que o Chega é um partido unipessoal está totalmente errado", defende Diogo Prates, contrapondo que atualmente a IL está "nas mãos de um pequeno grupo".

Garantindo estar disposto "para ajudar no programa e nas listas" do Chega, "se assim entenderem", embora diga que não ficará "melindrado" se tal não acontecer, Diogo Prates antecipa a resposta a eventuais críticas vindas do seu antigo partido. "Eu sou a mesma pessoa e quem mudou foi a IL", sentencia, qualificando a liderança de Rui Rocha de "sectária". "No panorama político português só encontro paralelo com o PCP", diz o médico.

Diogo Prates é o segundo ex-dirigente da IL a filiar-se no Chega nas últimas semanas, após o ex-conselheiro nacional Nuno Simões de Melo, que era visto como o líder da ala mais conservadora dos liberais, ter tomado igual decisão a 25 de novembro.

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