Ex-amante do rei. Juan Carlos "deve ter centenas de contas no exterior"
A ex-amante do rei emérito espanhol, Corinna zu Sayn-Wittgenstein, também conhecida como Corinna Larsen (nome de solteira), deu uma longa entrevista à BBC em que afirma que Juan Carlos "deve ter centenas de contas no exterior". A alemã de ascendência dinamarquesa reiterou ainda que a origem da fortuna que chegou à sua conta foi um presente de Juan Carlos: "Deu-me os 65 milhões de euros como reconhecimento pelo que eu significava para ele."
"O que me parece extraordinário - declara ao canal público britânico - é que estão a transformar 40 anos de modus operandi de uma empresa familiar no foco em uma pessoa. E essa pessoa sou eu", diz a empresária.
Corinna Larsen revela que a relação com o rei durou entre 2004 e 2009 e que depois ficaram amigos devido ao amor que Juan Carlos tem pelos seus dois filhos.
Corinna conta ainda que o safari no Botswana, em 2012, em que o monarca sofreu um acidente (uma fratura na anca que o forçou a uma transferência para um hospital em Madrid), foi um presente para uma das crianças que comemorara o décimo aniversário.
Na entrevista, diz que em 2009 recebeu um telefonema do pai no qual este lhe dizia que Juan Carlos tinha vindo visitá-lo para confessar que estava "muito apaixonado" pela filha e que "pretendia casar-se" com ela. A antiga amante de Juan Carlos afirma que o rei chegou mesmo a pedi-la em casamento.
"Eu estava muito apaixonada por ele", acrescentou, "mas imaginei que seria muito difícil [de concretizar] e que poderia desestabilizar a monarquia.".
Depois de Juan Carlos, alegadamente, lhe ter confessado que mantinha uma relação com outra mulher - além do seu casamento com a rainha - a relação acabaria no final de 2009, segundo a versão de Corinna.
O pai da alemã morreu em agosto desse ano e, segundo a empresária, Juan Carlos compareceu ao funeral para lhe dizer que estava "com outra mulher há três anos".
"Fiquei literalmente arrasada. Era a última coisa que esperava. Precisava de apoio emocional depois da morte do meu pai, e a notícia foi um choque monumental", diz Corinna.
À BBC, a empresária diz que conheceu o rei durante uma festa em fevereiro de 2004 e que durante "meses" só falavam por telefone, mas que Juan Carlos lhe chegava a ligar "dez vezes por dia".
E houve um dia em que Corinna terá perguntado pela rainha Sofia.
"Disse-me que tinham um acordo para representar a Coroa, mas que tinham uma vida totalmente independente. Ele acabava de sair de uma relação de quase 20 anos com outra mulher que também ocupava um lugar muito importante no seu coração", diz a aristocrata alemã.
A ex-amante do rei ainda o terá acompanhado no hospital quando Juan Carlos teve de ser operado a um tumor benigno no pulmão em 2010.
"Dormi no sofá ao lado da cama dele antes da operação porque ele estava muito nervoso, mas a biopsia revelou que era um tumor benigno." Terá sido 'convidada' a sair do quarto pelo staff da Casa Real espanhola e "de forma pouco cerimoniosa", segundo o seu relato.
Em 2014, "o rei fez tentativas desesperadas para me trazer de volta" e quando viu que isso não seria possível "teve um acesso de raiva e pediu que tudo fosse devolvido".
Questionada pela BBC se terá de devolver o dinheiro - de fonte duvidosa - Corrina Larsen diz que essa é uma pergunta para o "promotor suíço", referindo-se a Yves Bertossa.