O presidente do Sindicato de Jogadores Profissionais de Futebol (SJPF) mostrou-se esta quarta-feira preocupado que o fenómeno de viciação de resultados venha a ter uma maior expressão em Portugal e apelou aos agentes do futebol que não corram riscos..À margem do terceiro congresso 'The Future of Football', realizado no Estádio José Alvalade, em Lisboa, Joaquim Evangelista revelou, ainda assim, estar tranquilo no papel que as autoridades terão para combater o fenómeno".."É um fenómeno global com expressão em Portugal. Não tenhamos ilusões e estou convencido que ainda vai, infelizmente, acontecer muita coisa no futebol português. Mas estou tranquilo e convencido que as autoridades farão o seu papel e não vale a pena correr o risco. Os jogadores, os treinadores, os árbitros não podem correr riscos pelo que isso representa no plano pessoal, profissional e familiar", argumentou..Joaquim Evangelista lembrou que "o final de campeonato é muito importante", assegurando também que "muita gente estará atenta" ao comportamento dos agentes desportivos..Questionado sobre o "capital financeiro estrangeiro" investido no futebol português, nomeadamente na II Liga, Evangelista não vê nenhum entrave, mas salienta a necessidade de investigar e conhecer "quem são e de onde vêm essas pessoas".."Não tenho problema com o capital. Acho que é importante para o futebol português que haja investidores estrangeiros, mas tenho defendido que deve haver um escrutínio, ou seja, sabermos de onde são as pessoas, de onde vêm e saber o que pretendem do futebol português", explicou..Para Joaquim Evangelista, é fundamental "existir uma regulamentação mais exigente e uma intervenção mais atenta" por partes das entidades competentes..Em jeito de conclusão, o dirigente enumerou as cinco grandes causas que originam a viciação de resultados: "o encobrimento salarial, a fragilidade dos jogadores, a falência dos clubes, a ausência de regulamentação para os investimentos estrangeiros e o licenciamento ineficaz".