Eva Lopes conquistou o ouro em Londres com a guitarra portuguesa
Uma réplica da guitarra portuguesa decorada em filigrana com o coração de Viana valeu a Eva Lopes, cake designer de Aveiro, a segunda medalha de ouro em Londres, naquele que diz ser o maior concurso de bolos decorados da Europa. "A única expectativa era que o bolo chegasse inteiro e conseguir, pelo menos, uma distinção de mérito. Foi muito bom alcançar o ouro pela segunda vez", diz ao DN.
Há vários anos que a cake designer, de 32 anos, participa no concurso, que decorreu no final do mês passado em Londres. Concorre sempre na categoria internacional, ou seja, faz sempre um bolo que homenageia o país. Com as casas típicas da Costa Nova alcançou o bronze, com a Torre de Belém a prata e com as pipas de ovos-moles conseguiu uma distinção de mérito. No ano passado, Luís de Camões levou-a conquistar o ouro e este ano repetiu o feito com a guitarra portuguesa.
"É um ícone de Portugal. Fascina-me", afirma, acrescentando que foi buscar inspiração à Terra Lusa, empresa que presta homenagens ao património cultural de Portugal, nomeadamente ao fado, através de diversos artigos. Só decidiu o que iria fazer na semana antes do concurso. "Gosto de trabalhar sob pressão, de testar os meus limites. É assim no dia a dia, não tenho muito tempo para fazer as encomendas", explica. Quando fez a pré-seleção, pensou nos Clérigos, mas rendeu-se ao fado.
O bolo de Eva Lopes foi distinguido entre mais de 60 bolos de vários países. "Este ano estavam muitos tailandeses, chineses e japoneses a concorrer, não é normal", recorda. Diz que trazer o ouro para Portugal é um motivo de grande orgulho. "E abre mais portas, somos reconhecidos lá fora". A maior preocupação era, como confidenciou ao DN, que o bolo chegasse intacto a Londres. "Não podia ter outro material que não fosse comestível. Bastava um pequeno toque para se estilhaçar. Se chegasse partido, tinha que voltar a tentar no próximo ano".
A paixão pela pastelaria surgiu ainda na infância, mas Eva só viria a dedicar-se ao mundo da doçaria depois de um curso de contabilidade e alguns anos a exercer naquela área. Enquanto trabalhava, tirou o curso de pastelaria à noite e tem vindo a fazer várias formações com especialistas nacionais e internacionais. "Continuo a ter formações. Quase todos os dias saem novidades. É preciso estar a par, experimentar", ressalva.
No que diz respeito ao concurso Cake International, Eva não garante que vá voltar a participar. "Mas não há duas sem três", graceja.