"Não é possível criar uma política comum", a partir de "cabeças com ideias nacionais", sustentou o diplomata, que participou no debate "Política externa europeia: que futuro?", promovido pelo Núcleo de Estudantes de Relações Internacionais (NERI)da Faculdade de Economia da Universidade de Coimbra (FEUC).."A geração que agora está no poder (e à qual Eduardo Junco pertence, como sublinhou) tem muita dificuldade em perspetivar uma política comum, pois nasceu num cenário de países e não de uma união de nações", sustentou. .Outro dos participantes no debate, o embaixador da Polónia em Lisboa, Bronislaw Misztal, partilha a mesma perspetiva e também sublinha que "antes de ser europeu" foi polaco e que há de "morrer polaco". ."Os filhos e netos da nossa geração não são espanhóis, polacos ou portugueses, são cada vez mais da nacionalidade da empresa em que trabalham", referiu o embaixador de Espanha, considerando que, para as novas gerações, a questão da nacionalidade assume contornos diferentes daqueles que tiverem e têm para os mais velhos..Para Eduardo Junco, a política externa, em regra, "segue muito mais os interesses do que os princípios e, mais ainda, em relação à segurança", mas "os interesses não são sempre maus"..A União Europeia "está a ter uma política de segurança que não está, propriamente, a fazer muitos amigos", advertiu o embaixador espanhol..As dificuldades de relacionamento da UE com os países da Europa de leste "estão mais esbatidas" do que em relação ao Sul. "O Mediterrâneo é um problema em vez de ser um espaço de partilha comum e a parceria Europa/Mediterrâneo não funciona", sintetizou, no final do encontro, em declarações à agência Lusa, Licínia Simão, professora de Relações Internacionais da FEUC, que moderou o debate.