EUA querem levantar restrições para matar lobos vermelhos em vias de extinção
Reduzir o último habitat dos lobos vermelhos em estado selvagem na Carolina do Norte e permitir aos proprietários de terrenos mais liberdade para matar qualquer um dos animais desta espécie que invadam propriedade privadas. É esta a proposta da Administração de Donald Trump apresentada na passada quarta-feira.
Grupos de conservação já vieram criticar as propostas, que consideram ser uma sentença para a extinção dos lobos vermelhos em habitat selvagem. "Os lobos não conseguem ler mapas", disse Ben Prater, diretor da organização Defender of Wildlife, citado pelo The New York Times.
O plano do governo "essencialmente resultaria numa sentença de morte para qualquer lobo" que sai do seu habitat selvagem, acrescentou.
Atualmente os proprietários de terrenos situados nos condados onde habitam estes lobos têm de pedir autorização para os matar ou prender. Com esta proposta do Serviço de Pesca e Vida Selvagem dos EUA (FWS na sigla em inglês) não vai ser necessário qualquer tipo de autorização.
Leopoldo Miranda, diretor regional do FWS, explicou aos jornalistas que, com esta proposta, o refúgio Nacional da Vida Selvagem Alligator River, seria o único lugar onde esta espécie estaria em segurança.
O objetivo, disse, é fazer a gestão de um grupo de 10 a 15 lobos vermelhos perservando o seu valor genético e comportamento selvagem, e encontrar um local mais adequado para esta espécie. Miranda não revelou, no entanto, quais seriam as áreas pra onde estes lobos selvagens seriam recolocados.
De acordo com o FWS, estima-se que existam 35 lobos selvagens no leste da Carolina do Norte. Há uma década, eram cerca de 120. Outros 200 animais desta espécie estão inseridos em programas de reprodução em cativeiro.
É na Carolina do Norte que se encontra a única população selvagem de lobos vermelhos. Em abril de 2018, um estudo do FWS concluiu que esta população pode desaparecer da Carolina do Norte em apenas oito anos.