EUA podem retirar cobertura diplomática a Israel nas Nações Unidas
A Casa Branca admitiu hoje que pode deixar cair a crucial cobertura diplomática de Israel na Organização das Nações Unidas (ONU), mesmo depois de o primeiro-ministro israelita ter negado que recuse a criação de um Estado palestiniano.
Apesar do recuo de primeiro-ministro Benjamin Netanyahu nesta sua promessa eleitoral, céticos dirigentes norte-americanos afirmaram que o veterano líder israelita vai ter de demonstrar o seu compromisso com as negociações para uma solução com dois Estados.
Em resposta à promessa de fim de campanha de Netanyahu de não autorizar um Estado palestiniano, o porta-voz da Presidência dos EUA, John Earnest, disse que o governo de Barack Obama estava a reavaliar a sua posição na ONU.
"Os passos que os EUA têm dado na ONU têm tido como pressuposto a ideia de que a melhor solução é a dos dois Estados", afirmou Earnest.
"Agora, o nosso aliado disse que já não está comprometido com esta solução. Isto significa que temos de reavaliar a nossa posição neste assunto", acrescentou.
Os EUA - um membro com poder de veto do Conselho de Segurança da ONU - têm-se oposto com frequência a decisões na ONU que visam reconhecer o Estado palestiniano, contrapondo que este deve resultar de um acordo de paz negociado.
Tem também protegido Israel em várias votações lideradas frequentemente pelos Estados árabes contra o Estado judaico por várias causas, incluindo alegadas violações dos direitos humanos.
Vários dirigentes, que falaram ao New York Times sob anonimato, adiantaram que o governo de Obama deve concordar com uma resolução do Conselho de Segurança a consagrar uma solução de dois Estados.
Inquirido sobre a possibilidade de os EUA retirarem a proteção diplomática de Israel na ONU, um dirigente sénior disse que a decisão, apesar de ainda não estar tomada, "não foi retirada da mesa".