EUA contribuem mais do que a China para a OMS. Mas o maior doador é a Grã-Bretanha

Britânicos foram os maiores contribuintes líquidos para o fundo de combate à pandemia da Organização Mundial da Saúde. Em termos de financiamento regular, e apesar das ameaças de saída da organização, são os Estados Unidos que lideram.
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Entre janeiro e junho deste ano, a Organização Mundial da Saúde recebeu donativos no valor de 724 milhões de dólares (615 milhões de euros), com a Grã-Bretanha a contribuir com o montante mais alto: 108 milhões de dólares (cerca de 92 milhões de euros).

De acordo com um relatório da organização, os Estados Unidos foram o oitavo maior doador (34 milhões de dólares, o equivalente a 29 milhões de euros), enquanto a China surge apenas na décima posição. No total, a OMS registou contribuições de 58 países e entidades.

As doações de particulares, de empresas e outras organizações assumem, aliás, grande protagonismo neste ranking, surgindo no seu conjunto como o segundo maior doador. Exemplo disso é a quinta maior doação para o Fundo de Solidariedade de Resposta à Covid-19, feita pelo Banco Mundial, com 58 milhões de dólares (49 milhões de euros).

Mas o caso muda de figura quando se olha para as contribuições regulares para a instituição: apesar das ameaças de saída, os Estados Unidos continuam a ser o maior contribuinte líquido da OMS, bem à frente da China.

Em 2018 e 2019, os norte-americanos entregaram à Organização Mundial da Saúde 893 milhões de dólares (759 milhões de euros), cerca de 15% do orçamento total da agência. O segundo maior contribuinte, em termos de financiamento regular, é a Grã-Bretanha.

De acordo com o South China Morning Post, a China prometeu uma doação de 50 milhões de dólares (cerca de 42 milhões de euros) para o fundo de combate à covid-19, mas só metade deste valor foi entregue até agora. Em maio, o presidente chinês, Xi Jinping, falou num apoio de dois mil milhões de dólares para o combate internacional à covid-19, mas sem especificar em que termos. Embora tenha vindo a aumentar as suas contribuições para organizações como a OMS, habitualmente a China promove este tipo de ajudas sobretudo através das relações bilaterais.

É, por isso, improvável que os chineses venham a substituir-se aos Estados Unidos, caso se concretize a saída do país da OMS, um processo que foi formalmente iniciado no passado mês de julho, mas que só se concretizará a 6 de julho de 2021. Até lá, mantém-se o financiamento à instituição, que, recorde-se, foi acusada por Donald Trump de proteger a China e de gerir mal a pandemia de covid-19.

Há apenas dois dias, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde, Tedros Adhanom Ghebreyesus, veio apontar uma "larga discrepância" entre os fundos necessários para combater a pandemia do coronavírus e os fundos efetivamente comprometidos. "A OMS está apenas a 10% do caminho para financiar os biliões de dólares necessários", afirmou, sublinhando que "só para as vacinas serão necessários mais de cem mil milhões de dólares."

A OMS já estimou que, para manter o combate à epidemia do novo coronavírus, necessitará de um reforço de recursos financeiros no valor de mil milhões de euros até final do ano.

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