EUA acusam Rússia de ter envenenado Nalvany e anunciam sanções
Os EUA anunciaram sanções contra sete responsáveis russos depois de terem acusado Moscovo de estar por detrás do envenenamento do opositor Alexei Navalny.
Numa ação coordenada com a União Europeia, os EUA renovaram os pedidos para que a Rússia liberte Navalny, que foi detido em janeiro quando regressou a Moscovo, depois de ter estado a receber tratamento médico na Alemanha.
"Os serviços de informação concluíram com grande confiança que agentes dos Serviços de Segurança russos do FSB usaram o gás nervoso conhecido como Novichok para envenenar o opositor russo Alexei Navalny a 20 de agosto de 2020", disse um responsável norte-americano, citado pela AFP.
Os EUA vão impor sanções a "sete membros seniores do governo russo", sendo esperados mais detalhes ainda esta terça-feira. Além dos sete indivíduos, 14 empresas serão também alvo de medidas punitivas, por estarem envolvidas na produção de agentes químicos e biológicos.
A administração Biden vai também restringir algumas exportações para a Rússia, tendo prometido uma posição mais dura do que a do ex-presidente Donald Trump. "Iremos empreender as ações apropriadas que considerarmos necessárias para deixar claro que este tipo de conduta não é aceitável para nós, e vamos fazê-lo com os nossos aliados e parceiros", disse o secretário de Estado Antony Blinken.
As sanções hoje anunciadas constituem o primeiro de vários passos do Governo de Joe Biden para "responder a uma série de ações desestabilizadoras" por parte do Kremlin, explicou um funcionário do Governo dos EUA.
Joe Biden tinha prometido confrontar o presidente russo, Vladimir Putin, pelos alegados ataques a Navalny e a outras figuras da oposição ao regime do Kremlin, tendo coordenado estas sanções com a União Europeia, que também já impôs sanções à Rússia por este mesmo caso.
Além das sanções por causa do envenenamento de Navalny e da sua prisão, os Estados Unidos anunciaram que tencionam ainda responder à invasão dos sistemas informáticos por parte de agências governamentais e empresas privadas russas, que expôs informações sensíveis a espiões de elite do Kremlin.
A União Europeia (UE) formalizou hoje a introdução de sanções a quatro responsáveis russos devido à detenção e julgamento do opositor Alexei Navalny, tratando-se da primeira utilização do novo regime de sanções por violações dos direitos humanos.
"O Conselho decidiu hoje impor medidas restritivas a quatro indivíduos russos responsáveis por violações sérias dos direitos humanos, incluindo prisões e detenções arbitrárias, assim como repressão geral e sistemática da liberdade de associação e de reunião pacífica, e da liberdade de opinião e de expressão na Rússia", lê-se num comunicado do Conselho da UE que formaliza as sanções.
A lista de sanções hoje formalizada visa o diretor do Comité de Investigação da Federação Russa, Alexander Bastrykin, o procurador-geral, Igor Krasnov, o chefe da Guarda Nacional, Viktor Zolotov, e o chefe do sistema penitenciário russo, Alexander Kalashnikov.
Ainda antes de serem anunciadas as sanções, já o Kremlin criticava a medida. "Aqueles que confiam nessas restrições, provavelmente, deveriam pensar: estaremos a alcançar os objetivos com estas políticas?" questionou o porta-voz da presidência russa, Dmitri Peskov.
"A nossa resposta vai ser evidente: tais políticas não vão atingir os objetivos", acrescentou o responsável na conferência de imprensa diária, hoje em Moscovo.