Ethan Hawke deslumbra Tóquio como Chet Baker
Num festival que celebra o novo cinema asiático, foi uma produção canadiana a provocar o primeiro furor. Tóquio encantou-se com o biopic de fantasia da lenda de jazz Chet Baker. Born to Be Blue, de Robert Budreau, não é uma biografia do James Dean do jazz, é antes uma re-imaginação de um período da sua vida, aquele que corresponde ao momento em que nos anos sessenta volta de Itália para preparar um grande regresso.
Budreau escreveu e filmou uma história fantasiada alimentada por factos verdadeiros e pelas canções de Baker. Um filme que concretiza uma ideia de imaginário cinematográfico improvisado, precisamente como uma jam session.
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Vemos o músico a cair na dependência de drogas e a relação tortuosa com as suas fragilidades e medos, em especial a relação de veneração e confrontação com Miles Davies e Dizzie Gillespie. Sugere-se também que a sua tendência de autodestruição passa pelo trauma com os laços com o pai, um agricultor do Oklahoma que nunca apreciou o seu modo de vida. Um Chet Baker igualmente capaz de se reinventar após ter sido espancado em San Francisco e ter ficado com a boca destruída. É a partir daí que se transforma como trompetista e começa também a cantar.