Em recente audiência para julgar o recurso, a defesa de Andoni Zengotitabengoa Fernandez contestou a validade da prova recolhida na busca domiciliária em Òbidos, onde foram encontrados explosivos e outros objetos, enquanto o procurador Carlos Gago solicitou ao coletivo de juízes desembargadores a manutenção da condenação do arguido a 12 anos de prisão..Por via do recurso, cabe agora à Relação de Lisboa avaliar a validade da intervenção policial (GNR e PJ), através dos mandados de busca domiciliária à casa em Óbidos, onde foram encontrados 1.500 quilogramas de explosivos, assim como alegados erros do julgamento em matéria de facto, relacionados com crimes de falsificação e de furto..Em apreciação estão ainda dois recursos intercalares da defesa sobre a rejeição de pedidos em primeira instância para inquirição de novas testemunhas.."Não devemos dar cobertura a atuações ilícitas dos órgãos de polícia criminal", alegou na Relação o advogado de defesa José Galamba, indicando prova documental para sustentar a «entrada ilícita no domicílio» do arguido basco..O procurador Carlos Gago contrapôs, na audiência, que a prova nos autos é "avassaladora" da prática dos crimes imputados a Andoni Fernandez, e que os atos praticados pela GNR, antes da emissão dos mandados de busca, foram meramente "cautelares para assegurar os meios de prova"..O advogado José Galamba explicou na altura aos jornalistas que, paralelamente, o Mandado de Detenção Europeu (MDE) que recai sobre Andoni Fernandez já transitou, por decisão da Relação, e que, caso seja mantida uma pena de prisão, a cooperação judiciária permite que, com o acordo do arguido, este possa cumprir a sanção em Espanha, seu país de origem..Para já, disse o causídico, uma das prioridades é conseguir que Andoni Fernandez, detido na prisão de alta segurança de Monsanto, possa receber a visita das filhas, que não vê há dois anos..Andoni Fernandez foi condenado por adesão a associação terrorista, detenção de arma proibida (explosivos), com vista à prática de terrorismo, falsificação de documentos, furto de veículo e coação e resistência, este último relativo à fuga e tentativa de atropelamento de um elemento da GNR durante uma operação stop.