ETA inutiliza armamento perante verificadores internacionais

A organização terrorista ETA disse hoje que deixou "fora de uso operacional" parte do seu armamento, anunciou num encontro público o porta-voz da Comissão Internacional de Verificação (CIV) Ram Manikkalingam.
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Segundo documentos fornecidos pela CIV, hoje em Bilbao, o inventário do material "selado" pela organização inclui quatro pistolas, 300 balas, granadas, 16 quilos de material para o fabrico de explosivos e outros dispositivos, como temporizadores.

A equipa de verificação forneceu aos jornalistas uma lista das armas que a ETA decidiu "selar", segundo um documento datado de janeiro e assinado pela organização terrorista, incluindo uma G3, uma pistola e um revolver Smith & Wesson e um outra arma Armínio HW1G.

No texto que leu durante o encontro de 15 minutos em Bilbao, a CIV explica ter comprovado, inclusive com uma gravação em vídeo, que a ETA iniciou um "processo de selagem e desmantelamento do uso operacional de armas, munições e explosivos" em janeiro.

Segundo considera o "verificador", este pode ser o primeiro passo para o desarmamento total da ETA.

Manikkalingam falou aos jornalistas ao lado dos membros da comissão de Fleur Ravensbergen , Aracelly Santana, Chris e Ronnie Kasrils Maccabe destacando que a CIV foi criada para verificar o cessar-fogo anunciado pela ETA em 2011.

"Pela nossa experiência em outros processos, inventarias e retirar armas do uso operacional é um passo necessário preliminar para completar o desarmamento", disse.

Reagindo ao anúncio o chefe do Governo basco, Iñigo Urkullu, considerou a decisão "um pequeno passo que não é suficiente mas que é necessário para o desarmamento completo".

Urkullu disse que a ETA "começou a desarmar-se de maneira unilateral e incondicional" e que o Governo basco considera "fiável e segura a intermediação da CIV para garantir o desarmamento total e irreversível".

"Esta é uma etapa de um processo sem volta atrás que deve ter um horizonte próximo: o desarmamento total e absoluto da ETA", disse.

O Governo e os principais partidos da oposição espanhola consideram já que a declaração da ETA é insuficiente, tendo o ministro do Interior afirmado, pouco antes de ser conhecido o conteúdo do anúncio, que qualquer passo é "positivo", mas que não basta.

"A ETA não precisa de verificadores para entregar as armas. Chegam a Guarda Civil e a polícia", disse.

"É evidente que tudo o que seja avançar no caminho do desaparecimento da ETA é positivo e tudo o que seja entregar as armas é positivo, mas isso não é incompatível com o facto de que se trata de uma encenação", disse.

ASP // VM

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