As diferenças regionais dos resultados portugueses no estudo internacional TIMSS revelam que "não há fatalismos na educação" e que os alunos carenciados "não estão condenados a ter maus resultados", salientou esta terça-feira o secretário de Estado da Educação..O estudo internacional TIMSS 2015 analisou o desempenho a matemática e a ciências de mais de 300 mil alunos do 4.º ano de 56 países e regiões: Portugal ficou em 13.º lugar a Matemática e em 32.º lugar a Ciências..Os alunos do litoral norte e centro foram os que obtiveram melhores resultados às duas disciplinas, com destaque para a região de Leiria, segundo o estudo divulgado esta terça-feira pelo Instituto de Avaliação Educativa (IAVE)..Esta é a terceira vez que Portugal participa no TIMSS, que revela, por outro lado, que os alunos da região do Tâmega e Sousa foram os que obtiveram piores resultados..Para o secretário de Estado da Educação, João Costa, é preciso olhar para o lado animador destas assimetrias que mostram que "existem formas diferentes de trabalhar" e que agora é preciso estar atento para perceber o que se faz em Leiria.."Estes resultados mostram que não estamos condenados a ter maus resultados quando pertencemos a grupos socioeconómicos desfavorecidos. Mostram que a escola pode fazer a diferença", disse João Costa, sublinhando que "não há fatalismos na educação"..Portugal subiu nove pontos em relação aos resultados de 2011 a Matemática, subindo dois lugares no ranking e ocupando o 13.º lugar, mas desceu 14 pontos a Ciências passando a ocupar a 32.ª posição (em 2011 ocupava o 19.º lugar)..Já sobre a evolução dos alunos do 4.º ano nos últimos vinte anos, "verificou-se uma subida continuada a matemática e um trambolhão súbito a ciências", resumiu João Costa..Outro dos estudos apresentado esta terça-feira foi o TIMSS Advance, que avaliou os conhecimentos dos alunos do 12.º ano a Matemática e Física, e que Portugal participou pela primeira vez no ano passado..Num universo de dez países participantes, Portugal ficou classificado em 5.º a matemática e em 4.º a Física..Para João Costa a amostra deste estudo é ainda muito pequena mas existem conclusões importantes, como a assimetria entre os conhecimentos e a sua aplicação e raciocínio: "Ficamos contentes quando subimos ao nível dos conhecimentos, mas depois não podemos fixar felizes quando esses conhecimentos não são aplicados"..O presidente do IAVE, Helder Sousa, lembrou que "estes estudos internacionais não servem para avaliar alunos ou escolas mas sim para avaliar o ensino", sublinhando ainda que o TIMSS não deve ser reduzido a um mero ranking de países apesar de admitir que gosta de olhar "para os resultados e perceber que Portugal é um bom exemplo"..O TIMSS 2015 foi apresentado por João Marôco, do IAVE, que lembrou que Portugal foi um dos 21 países participantes que subiram os seus resultados a matemática em relação aos resultados de 2011, havendo outros 15 países que mantiveram os resultados e cinco que desceram..Já a ciências, os alunos portugueses do 4.º ano colocaram Portugal entre os oito países que desceram no desempenho em relação ao último estudo, havendo outros 16 que se mantiveram e 17 países participantes que subiram.