Estudante de 10 anos dispara contra 'prof' e suicida-se

Um estudante de 10 anos, munido de uma arma, disparou na quinta-feira contra a sua professora e, depois suicidou-se numa escola pública da região metropolitana de São Paulo.
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O caso aconteceu quase seis meses após um atirador matar 12 crianças numa escola no bairro do Realengo, no Rio de Janeiro, uma nova tragédia voltou a colocar o Brasil em choque esta semana.

A arma pertencia ao pai do rapaz, um guarda-civil municipal, e foi levada às escondidas para o colégio. A professora Rosileide Queirós de Oliveira, de 38 anos, foi atingida pelas costas. Mas está fora de perigo.

Os disparos aconteceram por volta das 15.50 locais (19.50 em Lisboa). Segundo testemunhas, o rapaz levantou-se, apontou a arma para a professora sem avisar e disparou.

De seguida, saiu da sala e atirou contra a sua própria cabeça. Levado para o hospital, não resistiu a duas paragens cardiorrespiratórias.

A professora permanece internada na unidade de cuidados intensivos do Hospital das Clínicas, em São Paulo, depois de ter sido submetida a uma cirurgia de três horas para lhe ser retirado o projéctil. Está consciente e fora de perigo.

O que chocou o país foi a falta de explicações para o crime. O rapaz era considerado estudioso, inteligente, calmo e religioso por amigos e familiares. Não havia registo de queixas contra ele na escola.

A escola municipal Professora Alcina Dantas Feijão, palco da tragédia, é considerada "modelo". Era a melhor escola pública do município de São Caetano do Sul, vizinho de São Paulo. A cidade possui um dos melhores índices de desenvolvimento humano do Brasil.

"Só sabemos, por enquanto, que [o menino] não gostava da professora, mas isso não é motivo para levar uma arma para escola e atirar em alguém", afirmou o secretário de Segurança de São Caetano do Sul, Moacyr Rodrigues.

O corpo da criança está a ser velado pela família, e o funeral deverá realizar-se ainda hoje por volta das 16.00 (20.00 em Lisboa). As aulas foram suspensas.

A polícia está a investigar a possibilidade de o pai do rapaz poder ser indiciado por homicídio culposo (quando não há intenção de matar), devido às suspeitas de omissão e negligência, já que o acesso à arma não foi dificultado. O revólver calibre 38 estava registado em nome do pai, e não da guarda municipal.

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