Estoril Open sem público, mas com Sousa, cinco top 20 e alguns velhos conhecidos
João Sousa, que ontem completou 32 anos, recebeu um presente de aniversário da organização do Estoril Open, um wildcard que lhe vai permitir participar no torneio português, que neste ano se vai realizar sem público, no Clube de Ténis do Estoril, entre 24 de abril e 2 de maio, devido ao atual contexto de pandemia.
O tenista português, que tem vindo sucessivamente a cair posições no ranking mundial, por força de uma lesão no pé esquerdo e da época mais curta devido à pandemia, não conseguiu aceder ao quadro principal do torneio devido à sua posição atual (103.º). Mas através do wildcard terá a oportunidade de estar presente para tentar repetir o triunfo alcançado na edição do torneio de 2018.
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"Estamos com um quadro muito forte e o João, devido a ter estado lesionado no ano passado, perdeu alguns lugares no ranking e não conseguiu entrar diretamente. Mas ele merece este wildcard, por todas as razões e mais algumas, por ser o melhor português de todos os tempos, por ter ganho o torneio e por todo o currículo que tem. Merece e queremos muito contar com a presença do João Sousa no nosso torneio como sempre" referiu ontem João Zilhão, diretor do torneio português do ATP Tour que tem um prize-money de 481 mil euros.
João Sousa, que já venceu três títulos do ATP - Kuala Lumpur 2013, Valência 2015 e Estoril Open 2018 - e detém a melhor classificação de sempre de um português no ranking (28.º lugar em maio de 2016), teve um ano de 2020 para esquecer. Mas nesta temporada, após conquistar o primeiro triunfo frente a Misha Zverev na fase de qualificação do ATP 250 de Acapulco, ganhou na primeira ronda do Masters de Miami, colocando um ponto final no jejum de vitórias em quadros principais de torneios ATP, que durava desde o Masters de Xangai, em outubro de 2019.
Apesar do atual contexto de pandemia, que vai obrigar a que o torneio seja realizado à porta fechada (a organização pediu uma autorização à DGS e ao governo para receber 500 pessoas por dia, mas para já sem sucesso), o quadro de tenistas presentes é bastante forte e integra um jogador do top 10 mundial e mais quatro do top 20. "A nossa missão para este ano é dificultada pelas circunstâncias conhecidas de todos, mas para nós era essencial realizar o evento em 2021 e mostrar que estamos de volta. O Estoril Open não pode dar-se ao luxo de não se jogar em dois anos consecutivos sob pena de colocar em causa a sua permanência no calendário", justificou Zilhão.
O cabeça-de-cartaz é o argentino Diego Schwartzman, 28 anos, n.º 9 do mundo, que está apurado para os oitavos-de-final do Masters 1000 de Miami, depois de já ter conquistado esta temporada o seu quarto título, em 11 finais disputadas na carreira, no ATP de Buenos Aires. O troféu mais importante ganho foi o ATP 500 Rio Open, em 2018.
Treinado por Juan Ignacio Chela, curiosamente vencedor do Estoril Open no Jamor, em 2004, Schwartzman, que em 2020 só foi eliminado nas meias-finais de Roland Garros por Rafael Nadal, será o sexto jogador argentino a tentar a sua sorte na terra batida do único evento português ATP, que tem como antigos campeões David Nalbandian (2002 e 2006), Juan Ignacio Chela (2004), Gaston Gáudio (2005), Del Potro (2011 e 2012) e Carlos Berlocq (2014).
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"Estamos muito contentes por receber o Schwartzman pela primeira vez. É um jogador extraordinário, que no ano passado chegou às meias-finais de Roland Garros, só perdendo para Nadal. Todas as pessoas gostam de o ver jogar, pelo seu ténis espetacular, e é um dos tenistas mais baixos do circuito (1,70 m), o que prova que os homens não se medem aos palmos", disse João Zilhão.
Além de Schwartzman, o Estoril Open terá a presença de mais quatro jogadores do top 20 mundial - o francês Gael Monfils (14.º), o espanhol e campeão do Estoril em 2017, Pablo Carreño Busta (15.º), o italiano Fabio Fognini (17.º) e o chileno Cristian Garin (20.º ATP).
"Cinco jogadores do top 20 é um recorde para o Estoril Open, e mostra que o quadro está extremamente forte. Teremos também três campeões, o Gasquet, o Carreno Busta e o João Sousa, que nos deixam muito felizes, assim como o regresso do Monfils e Fognini é muito especial. São dois dos jogadores mais carismáticos do circuito e excelentes para as audiências televisivas, sobretudo num ano em que o evento será puramente televisivo e digital", acrescentou o diretor da prova.
O formato competitivo mantém-se: 19 jogadores com acesso direto via ranking (ou 21, se não forem concedidos os chamados special exempts), aos quais se juntam quatro do qualifying e mais três convidados (wildcards) que completarão um quadro no qual os quatro principais cabeças-de-série ficam isentos da ronda inaugural.
Antes do torneio haverá testes obrigatórios a jogadores, acompanhantes e elementos ligados ao evento (reduzidos de 500 para 150). Só mediante teste negativo serão atribuídas acreditações, havendo depois um rastreio obrigatório da temperatura nos diversos pontos de entrada. Haverá também sistemas de desinfeção regular com sensores por todo o recinto e o uso da máscara será obrigatório. Os tenistas e os acompanhantes ficam instalados em bolha no Hotel Cascais Miragem. Com Lusa
Com acesso direto (Nome/Ranking)
Diego Schwartzman (ARG) - 9.º
Gael Monfils (FRA)- 14.º
Pablo Carreño-Busta (ESP)- 15.º
Fabio Fognini (ITA)- 17.ª
Cristian Garin (ARG)- 20.º
Ugo Humbert (FRA)- 30.º
Benoit Paire (FRA)- 33.º
Filip Krajinovic (SER)- 35.º
Alexander Bublik (CAZ)- 44.º
Albert Ramos-Vinolas (ESP) - 47.º
Jérémy Chardy (FRA)- 49.º
Richard Gasquet (FRA)- 50.º
Lloyd Harris (RAS)- 52.º/ 24
Alejandro Davidovich Fokina (ESP)- 55.º
Cameron Norrie (GBR) - 56.º
Frances Tiafoe (EUA)- 58.º
Jordan Thompson (AUS)- 60.º
Pablo Andujar (ESP)- 61.º
Fernando Verdasco (ESP)- 72.º
João Sousa (POR)- 103.º *WILDCARD