Estes fones não são para jogar. São para viver o jogo por dentro
Só quem nunca pegou a sério em videojogos é que não sabe o que é passar 12, 16, 20 ou mais horas frente ao ecrã, agarrado ao comando da consola ou ao rato do computador.
Acessório cada vez mais imprescindível para esta atividade são os auscultadores. Afinal, é a forma de jogar sem incomodar a vizinhança -- seja na própria casa, seja na porta ao lado. E ainda, com a explosão do multiplayer e a moda dos vídeos de jogos narrados pelo jogador, o microfone neles incluído torna muito mais prático fazer estas gravações/transmissões.
A ter em conta, em praticamente todos os modelos abaixo, é o facto de eles serem capazes de produzir um som surround virtual, que na prática transportam o jogador literalmente para dentro do jogo, numa experiência imersiva com apenas dois altifalantes, algo que, noutras condições, necessitaria de um conjunto de cinco ou sete colunas.
O problema na escolha de um destes gadgets é o excesso de oferta no mercado. Há aparelhos destes para (quase) todos os preços e formatos.
Claro que é irrealista esperar que um aparelho de 20 ou 30 euros tenha uma performance semelhante ao de um 10 vezes mais caro, por isso neste artigo vamos deixar esses modelos de fora. Mas há algumas ideias-base que convém ter em mente ao escolher um aparelho destes:
- O conforto. Tal como referido, é mais ou menos inevitável que o utilizador de um destes fones vá passar longas horas com eles nos ouvidos. Por isso, é fundamental encontrar uns auscultadores que não aqueçam demais, nem magoem as orelhas, por exemplo.
- Com ou sem fio? Ambas as opções têm vantagens e desvantagens. Os fones sem fios garantem mobilidade e consequentemente uma utilização mais cómoda, mas ao mesmo corre-se o risco de a bateria do aparelho acabar na pior altura possível.... Além disso, no caso de optar por uma solução Bluetooth (sem fios) prefira uma que use o codec aptX, que lhe garante a melhor resolução possível que esta ligação lhe permite.
- Abertos, semi-abertos ou fechados? Isto tem a ver com a forma como os auscultadores são feitos. Dificilmente encontrará auscultadores de gaming abertos -- ou seja, em que, por questões de qualidade acústica, deixam passar quase tanto som para o exterior quanto para os seus ouvidos. Os modelos da Grado, preferidos por muitos audiófilos, são deste género, por exemplo. A maioria dos fones de gaming são fechados ou semi-fechados, o que pode ter consequências em termos de qualidade de som (no sentido perfecionista do áudio), mas por outro lado garante maior privacidade, que é aqui a grande prioridade.
Nada é perfeito na vida, mas pode chegar-se lá perto. O SteelSeries Arctis Pro encaixa neste conceito no sentido em que consegue ser um compromisso quase ideal entre uns auscultadores de qualidade que não fazem reclamar a maioria dos audiófilos e cumprem todas as exigências para gaming.
Por cerca de 200 euros (Amazon.es), estão na gama de preços mais elevada deste tipo de dispositivos, naturalmente, mas este valor inclui um DAC (conversor de digital para analógico), capaz de descodificar DTS e faz som surround virtual (permitindo uma imersão total no jogo). O maior problema? Não é wireless.
O Astro A50 Wireless é o modelo que surge mais mencionado em tudo o que é review especializada como melhor opção para quem quer mesmo deixar os fios pelo caminho. Por 255 euros (Amazon.es), leva uns auscultadores compatíveis com praticamente todas as consolas do mercado e com PC, que utiliza radiofrequência de 5.8Ghz para comunicar (não há cá Bluetooth) com a melhor qualidade possível. "O Dolby Audio tem um som fantástico" e "conforto supremo" são alguns epítetos que o Techradar, por exemplo, lhes aplica.
Também chamado "delay", a latência é um problema que pode estragar por completo a experiência de jogo. Trata-se do tempo que demora entre o comando dado, a reação ao mesmo no ecrã e, neste caso, o efeito sonoro associado.
O Logitech G Pro X Wireless é quase universalmente considerado um dos melhores do mercado a este nível. Não é propriamente barato (185 euros no Amazon.es), mas também não é dos mais caros. A bateria anuncia uma autonomia de 20 horas, o que não é nada mau, pelo que o ponto mais fraco será mesmo o microfone, que podia ser um pouco melhor. Mas estaremos já à procura de pormenores para dizer mal....