"Este documentário deixa 95% do público em choque"

No Festival de Cinema de Berlim, o DN falou com Raoul Peck, realizador de <em>I"m Not Your Negro</em>, um dos cinco documentários nomeados aos Óscares.
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Acha que tem possibilidades de vencer o Óscar de melhor documentário?

Não sei, não vou por aí...Não considero esta categoria uma competição. Conheço quase todos os nomeados, aliás conhecemo-nos todos muito bem, inclusive a Ava DuVerney, do 13th, foi minha publicista nos EUA. Penso que entre nós não há competição. Na verdade, somos todos cineastas a tentar fazer um cinema que encontre respostas para a situação destes dias. Vencer não é o mais importante! Estarmos todos nomeados já significa uma vitória. Estar nomeado na última fornada de 149 filmes é já um prémio...

O que pensa sobre um filme como Fogo no Mar, que também está nomeado?

É um filme importante. Diria que estes cinco filmes são importantes! É aqui que percebemos que os cineastas estão sempre na linha da frente no que toca a captar os momentos mais relevantes da vida em sociedade e os seus conflitos. Por isso, não quero que nenhum destes cinco filmes ganhe mais notoriedade do que os outros. Todos estes filmes deveriam sobreviver e ser vistos. Todos nos dão uma fatia da realidade.

Mas gostou de Fogo no Mar?

Sim, claro! E falei muito com o Gianfranco Rosi. A vantagem dos Óscares é que passamos muito tempo em conjunto. É bom para trocarmos ideias.

Em Berlim, na estreia de I"m Not Your Negro, a sessão de perguntas e respostas foi muito intensa. Tem sido sempre assim desde a estreia no TIFF?

E de que maneira!! Este meu documentário sobre James Baldwin não permite mentiras e isso deixa 95% do público em choque! Um choque não pelo filme mas por perceberem que tinham outra ideia sobre a realidade ou porque não estavam cientes de certas coisas...

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