"Este dia marca um novo ciclo na minha vida"
Tranquila e segura, mas emocionada. Judite Sousa lançou ontem, em Lisboa, o seu terceiro livro, Segredos, que traça o caminho sinuoso desta última campanha eleitoral, sobretudo os bastidores, as "negociações duras" entre comunicação social e candidatos e as histórias "por trás das câmaras de televisão". A jornalista continua a encontrar forças no trabalho. "Escrevo sobre o que sei - jornalismo, que é a paixão que me resta", disse, a meio da apresentação, que contou com os testemunhos de Clara de Sousa (SIC) e João Adelino Faria (RTP1).
Os dois pivôs das estações de televisão concorrentes fazem também parte deste livro, que conta ainda a preparação do debate inédito entre Pedro Passos Coelho e António Costa, as exigências que normalmente são feitas pelos candidatos e a forma como os três se prepararam para um feito único na história da televisão e na democracia portuguesas. Outras histórias ainda, de amizade: De como, apesar de concorrentes, os colegas de profissão se reuniram sempre em casa de Judite, na companhia de uma tarte trazida por Adelino Faria, ou de um queijo de cabra e de umas tostas da despensa da jornalista da TVI: "Vivo sozinha", justificou, com um sorriso triste.
Apesar de o foco da apresentação ter sido na política e na campanha eleitoral, no valor dos amigos e da família, Judite tentou não falar sobre a morte de André Bessa, o seu único filho, no ano passado. O trabalho continua a ser a âncora: "Toda a gente conhece a minha história de vida", desabafou.
O livro - escrito, editado e lançado em apenas quatro semanas - foi, para Judite, "um desafio" e agora "o dever está cumprido". A plateia encheu-se de rostos conhecidos, como os três diretores de informação dos três canais de televisão: Paulo Dentinho (RTP), Alcides Vieira (SIC) e Sérgio Figueiredo (TVI). No final, um aviso: "Este dia marca um novo ciclo na minha vida, quer a nível profissional como pessoal", anunciou a pivô.
Marcelo sem substituto na TVI
A apresentação de Segredos aconteceu um dia depois da despedida de Marcelo Rebelo de Sousa do lugar de comentador da TVI. O espaço que fica em aberto é, na opinião de José Alberto de Carvalho, presidente do Comité Editorial da TVI, um espaço que não poderá ser ocupado por um formato semelhante. "Foi um formato de sucesso. Eram 40 minutos à frente da câmara, sem uma única imagem de vídeo", disse o jornalista, afiançando, contudo, que a TVI irá continuar a ter "um jornal absolutamente desafiante" ao domingo à noite.
Sérgio Figueiredo alinhou no mesmo discurso e afirmou que ainda era "cedo" para se falar num substituto e que a TVI não vive "na vertigem" de o encontrar, mas que "haverá algumas surpresas", prometeu o diretor de informação da TVI.
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