Neste ano já houve 150 acidentes com tuk-tuks em Portugal
Nos anos anteriores, "Portugal registou uma média 280 acidentes com os referidos veículos, 70 destes ocorridos na área de Lisboa".
A capital representou 20% dos acidentes neste ano, ligeiramente menos do que a média dos anos anteriores, que era de 25 %. O que terá que ver com a diminuição drástica de turistas na capital devido à covid-19.
Segundo os dados registados pela PSP, neste ano registaram-se sete feridos graves e uma vítima mortal; em 2019, seis feridos graves e um morto e, em 2018, oito feridos com gravidade.
A informação foi uma resposta ao DN na sequência de um acidente com um tuk-tuk na zona de Santa Apolónia, em Lisboa, uma colisão frontal com um ligeiro e do qual resultou a morte de uma passageira, a sogra do condutor, com 82 anos.
O condutor é Paulo Barata, de 60 anos, e que pelo menos desde 2016 conduzia um tuk-tuk, uma Piaggio 200, propriedade da família. Está internado nos cuidados intensivos do Hospital de São José em Lisboa.
Sofreu um traumatismo cranioencefálico e foi operado ontem ao fim do dia, mas não há sinais de recuperação, lamentou ao DN Inês Henriques, presidente da Associação Nacional de Condutores de Animação Turística e Animadores Turísticos.
A colisão frontal entre o tuk-tuk e um veículo ligeiro deu-se a seguir a um cruzamento e por ter sido desrespeitada a sinalização luminosa, segundo fonte da PSP. Testemunhas oculares indicaram à polícia que o carro ligeiro terá passado com o sinal verde e terá sido o condutor do tuk-tuk que passou com o vermelho. As condições em que se deu o acidente estão a ser investigadas.
Inês Henriques sublinha que "há poucos acidentes com os tuk-tuks" em comparação com a sinistralidade do país e a maioria não são graves. "São triciclos e pouco estáveis, não permitindo grandes velocidades. Andamos à velocidade do tuk-tuk." Ou seja, menos de 50 km/h, embora possam circular mais depressa, desde que o Código da Estrada (CE) o permita e de acordo com a potência do veículo
"Tendo em conta que se trata de um veículo motorizado que circula na via pública, encontra-se obrigado ao cumprimento do CE. A velocidade máxima permitida depende do tipo de veículo e de via, conforme definido nos limites gerais de velocidade estabelecidos no artigo 27.º do CE, exceto se existir sinalização que estabeleça outros limites máximos", esclarece a PSP.
O uso do cinto de segurança é obrigatório, como estipula artigo 82.º n.º 4.
No primeiro semestre de 2020, registaram-se 11 501 acidentes rodoviários com vítimas no continente português, de que resultaram 167 mortes no local do acidente ou durante o transporte até à unidade de saúde, 779 feridos graves e 13 352 feridos leves. Dados do relatório de junho da Autoridade Nacional de Segurança Rodoviária (ANSR).
O relatório salienta as melhorias em relação a 2019, o que também era expectável dadas as restrições de circulação rodoviária no âmbito da pandemia, Menos 5167 acidentes com vítimas (-31,0%), menos 59 vítimas mortais (-26,1%), menos 269 feridos graves (-25,7%) e menos 6734 feridos leves (-33,5%).
A maioria dos acidentes (51,2 %) foram colisões. Os automóveis ligeiros apresentam três quartos desta sinistralidade (75,5%), sendo também os que registaram uma maior quebra de 2019 para 2020 (-35,4%).
A maior parte dos acidentes e vítimas registados nos primeiros seis meses de 2020 ocorreram dentro das localidades: 80,0% do total.
Segundo a PSP, em 2018, os acidentes rodoviários com bicicletas e trotinetas totalizaram 1 180, o que levou a polícia a reforçar a fiscalização.