"Estas drogas são mais potentes e provocam mais danos"

José Rocha Almeida, da Associação Portuguesa de Adictologia, fala sobre os perigos das novas drogas e defende aposta na prevenção
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Tem havido um aumento de novas drogas sintéticas. Estas são mais perigosas que as tradicionais? O que deve ser feito?

O que torna estas drogas mais graves é a potência. São mais potentes, acabando por provocar mais danos. Não sabemos que substâncias têm, mas percebemos pelo perfil psicótico que são muito potentes e que podem trazer graves problemas de saúde e de saúde mental. É preciso trabalhar muito na informação e na prevenção. É por aqui que temos de pensar o consumos destas substâncias.

Fala em consequências graves para a saúde. Quais podem ser?

Os derivados de canábis têm o principio ativo THC que leva a graves consequências pela sua potência. Existem quadros de perda da realidade, alucinações, comportamentos desadequados.

Os consumidores podem ficar com lesões permanentes?

Tem um pouco a ver com a genética da pessoa. Há casos em que os quadros revertem, outros que ficam com continuidade de sintomas, tornando-se doença crónica.

Estas drogas trazem grandes desafios por estarem sempre a mudar.

São substâncias facilmente produzidas em laboratório, aparecendo cada vez mais derivados. Tem a ver com o atual padrão de consumo. Deixou de ser diário e de uma única substância para se entrar no policonsumo. As drogas sintéticas estão muito associadas ao contexto recreativo.

Falou da prevenção. Deve ser mais dirigida aos jovens?

A população mais predominante são os mais jovens, que andam mais nos contextos recreativos. A prevenção deve abranger todas as idades, nas escolas e intervenção em contextos recreativos. E não podemos deixar de informar os pais que têm um papel muito importante.

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