Venda de mochilas à prova de bala aumenta 200% depois dos tiroteios

"Costumamos vender cerca de 100 unidades por mês e já vendemos 300 nos últimos dias", diz o representante de uma empresa que venda mochilas à prova de bala.
Publicado a
Atualizado a

Depois dos tiroteios da semana passada em El Paso e em Dayton, nos Estados Unidos, que fizeram 31 mortos, a venda de mochilas para crianças à prova de bala aumentou em 200%, segundo a Tuffypacks, uma das fabricantes deste produto. Estas mochilas tornaram-se um sucesso no ano passado, na sequência de um tiroteio numa escola em Parkland, Florida, segundo a CNBC.

"Costumamos vender cerca de 100 unidades por mês e já vendemos 300 nos últimos dias", disse Roman Zrazhevskiy, da empresa Ready To Go Survival, que vende as mochilas.

Embora a venda destas mochilas tenha levantado várias duvidas quanto à capacidade de proteção dos jovens e tenha gerado controvérsia sobre o motivo pelo qual são utilizadas, muitos pais confessaram nas redes sociais que se sentiram obrigados a adquirir o produto para protegerem os seus filhos na medida das suas possibilidades.

Na rede social Facebook, uma mãe confessava, dias antes dos atentados do último fim de semana, a sua tristeza perante as mochilas: "Vi isto no Office Max hoje e o meu coração partiu-se em pedaços literalmente".

Também a senadora da Califórnia Kamala Harris, candidata presidencial democrata, dizia, na semana passada, que "os pais não deviam ter de comprar uma mochila à prova de balas para os filhos para os manter seguros na escola".

As primeiras mochilas à prova de bala nos Estados Unidos começaram a aparecer em 2007 após um tiroteio no estado da Virgínia e foram criadas por membros do exército norte-americano com conhecimentos em armas. Custavam cerca de 160 dólares (143 euros). Hoje, os preços variam entre 100 e 500 dólares (entre 89 e 445 euros) e as mochilas duram cerca de cinco anos.

Nos Estados Unidos, qualquer cidadão maior de 18 anos, sem uma condenação por crime, pode adquirir armas. Em muitos estados, não é sequer exigida nenhuma licença a quem quiser comprar uma arma, nem existem registos de armas de fogo.

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt