Estados Unidos investigam Papéis do Panamá
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos iniciou uma investigação criminal relacionada com os Papéis do Panamá e o procurador do Ministério Púbico de Manhattan escreveu ao Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação para pedir toda a informação que possa ser útil ao caso. Mais de 200 cidadãos norte-americanos estão a ser investigados.
Enquanto a polémica continua a fazer notícias em todo o mundo, o presidente do Panamá, numa entrevista a uma agência de notícias japonesa, lamentou que a imagem do país esteja a ser afetada por toda a polémica. "Temos sido erradamente rotulados de paraíso fiscal. O Panamá é um país que respeita a lei", disse Juan Carlos Varela à nipónica Jiji.
Também em Espanha a tinta continua a correr sobre os Papéis do Panamá. Depois de, na semana passada, José Manuel Soria, ministro da Indústria de Mariano Rajoy, ter apresentado a sua demissão, agora é a vez de a mulher de Felipe González, primeiro-ministro espanhol entre 1982 e 1996, aparecer envolvida no escândalo.
De acordo com a imprensa espanhola, Mar García Vaquero geriu uma conta na Suíça através de uma empresa sediada na ilha de Niue, no Pacífico Sul. Os documentos remetem o caso para o ano de 2004, muito antes de Mar e Felipe darem o nó, o que aconteceu em 2012. O El Confidencial revela que, nessa época, a futura mulher do político socialista estava ligada a uma empresa de construção de barcos à vela e que um dos clientes terá exigido realizar o pagamento através de uma offshore. A assinatura de García Vaquero aparece na documentação da abertura da conta bancária, que viria a ser fechada dois anos mais tarde.
No que diz respeito a José Manuel Soria, o ex-ministro enfrenta a possibilidade de vir a ser considerado persona non grata na Gran Canária, a sua terra natal. A moção, apresentada por dois membros do Podemos, será analisada na próxima sessão plenária do município. De acordo com os autores do documento, o envolvimento de Soria nos Papéis do Panamá foi o detonador do processo, mas em causa estão sobretudo as atitudes do político, ao longo da sua carreira, em relação ao arquipélago das Canárias.