Estado Islâmico sofre importantes derrotas militares no Iraque e Síria

Islamitas só controlam agora pequenas porções de terreno nos dois países.
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No mesmo dia em que o grupo terrorista Estado Islâmico (EI) reivindicou o ataque de Sayfullo Saipov em Manhattan, designando o usbeque como um "soldado do califado", sofreu duas importantes derrotas militares em áreas ainda sob seu controlo no Iraque e na Síria. E foi ainda alvo de ameaças de Donald Trump, tendo o presidente americano prometido que o EI "pagará um preço muito elevado por cada ataque" contra os Estados Unidos. Anteriormente, o presidente pedira a pena de morte para "o animal degenerado" responsável pelo ataque de Manhattan.

A reivindicação do grupo terrorista foi efetuada através da publicação semanal Al-Naba, que veicula as suas posições. Saipov, de 29 anos, admitiu ter-se inspirado em propaganda do EI para a realização do ataque em perderam a vida oito pessoas; ao ser interrogado pelos agentes do FBI não demonstrou qualquer arrependimento pelo ato, pelo contrário; e, ainda no hospital, pediu para colocar numa das paredes do quarto a bandeira do grupo islamita.

Mas se o EI continua a mobilizar "soldados" para ataques terroristas na Europa e Estados Unidos, as suas forças não param de sofrer revezes militares no Iraque e na Síria. Ontem, e no espaço de poucas horas, os combatentes islamitas foram desalojados das últimas cidades importantes ainda na sua posse nos dois países. Na Síria, as forças do regime de Bashar al-Assad, apoiadas por milícias iranianas e pela aviação russa, expulsaram os islamitas dos últimos bairros que estes ocupavam em Deir al-Zour, capital da província do mesmo nome, rica em recursos petrolíferos.

Ainda que Deir al-Zour nunca tenha estado sob total controlo dos elementos do EI, nos últimos dois anos e meio mais de metade esteve na posse dos islamitas assim como a maior parte da província. Com a queda de Deir al-Zour, o único centro urbano de alguma dimensão ainda nas mãos dos islamitas é Bukamal junto da fronteira com o Iraque. E que pode estar na iminência de perder. Isto por que, do outro lado da fronteira, as unidades do exército iraquiano conquistaram ontem Qaim, situado diante de Bukamal após breves combates. O avanço sobre a cidade foi antecedido de bombardeamentos preparatórios da aviação americana.

A curta duração dos combates, ao contrário do que tem sucedido noutras ocasiões, sugere que as forças do EI estejam com a moral em baixo ou que o grupo opta agora por outras táticas, procurando preservar o maior número possível de combatentes. Outra explicação a ter em conta é a de que as forças iraquianas, apoiadas por efetivos iranianos e treinadas por conselheiros dos EUA, estão atualmente mais bem preparadas e motivadas para o tipo de combates a travar.

Com a queda de Deir al-Zour e Qaim, o EI - que no auge da sua influência teve sob o seu domínio uma vasta região da Síria e o centro e parte do norte do Iraque - controla agora apenas uma parte da província de Anbar neste último país e, no primeiro, as áreas desérticas da província de Deir al-Zour, um campo petrolífero e algumas pequenas localidades. O seu líder, Abu Bakr al-Baghdadi, referia ontem a Reuters citando fontes na região, teria procurado refúgio no deserto e estaria a reorganizar o que resta do EI como grupo de guerrilha.

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