Estado Islâmico chicoteia, apedreja e mata em Mossul
Vídeos obtidos pela BBC News revelam como a população da segunda maior cidade iraquiana, Mossul, vive um clima de medo e o seu quotidiano foi transformado pela presença das milícias do Estado Islâmico (EI). As principais vítimas são as mulheres, forçadas a cobrir na íntegra os seus corpos e inclusive a usarem luvas para que não se veja a pele das mãos.
Um dos testemunhos recolhidos nos vídeos, realizados ao longo dos últimos meses de 2014, garante que os elementos do EI exigem que as "mulheres estejam cobertas da cabeça aos pés, e de preto". Após meses em casa, Hanaa, cujo nome é fictício como o de todas as pessoas que aceitaram falar, pediu ao marido para a levar à rua. Este acabou por concordar desde que ela estivesse totalmente coberta. "A princípio, fiquei surpreendida e pensei até em permanecer em casa", afirma perante a câmara. Mas estava-se em finais de 2014 e desde junho, quando o EI conquistou a cidade, que Hanaa não saía de casa. "Acabei por concordar", diz. O casal dirigiu-se a um restaurante que costumavam frequentar. Aqui, o marido disse-lhe que podia levantar o véu do rosto. "O dono veio logo ter connosco e implorou-me para tapar a cara porque os elementos do EI costumam aparecer de surpresa. E ele seria chicoteado se alguma cliente tivesse o rosto a descoberto", recorda.