Estado desistiu dos quatro blindados ainda por entregar
"Houve um acordo entre nós e o Governo Civil [de Lisboa] para resolver o pendente relativo aos dois blindados que já tinham sido entregues. Mas optaram por não querer os restantes quatro", afirmou. O Governo Civil de Lisboa tinha já anunciado hoje que ia pagar cerca de 331 mil euros pelos dois blindados entregues em Novembro passado, com uma dedução de 5.038 euros no preço final devido ao atraso de três dias verificado na entrega.
"Eu fico com os outros quatro para vender. Já tenho outras pessoas interessadas. Gostava de ter entregue todos, mas este foi o acordo possível na conjuntura actual. Uma luta em tribunal demoraria anos e as viaturas iam acabar por ficar desvalorizadas", argumentou o empresário. António Amaro afirmou também à agência Lusa que "a PSP queria a totalidade dos seis veículos", mas que "a tutela é que não deixa" prosseguir o negócio.
"Assim, o projecto fica a meio, porque os dois carros irão com certeza ter que ficar em Lisboa. Seis veículos seriam uma frota que podia ficar estacionada do Algarve até ao Porto. Com dois, a PSP fica com meios limitados, não vai dar para tudo. Pela minha parte, fiz tudo para que o projecto se completasse", declarou.
O empresário acrescentou que a Milícia desiste da providência cautelar que tinha interposto para obrigar o Estado a cumprir o contrato até ao fim, porque está agora livre para vender os outros quatro blindados e tentar "recuperar o investimento". O Governo Civil tinha anunciado em Dezembro a resolução do contrato com a Milícia, alegando incumprimento de prazos, sem, no entanto, renunciar a indemnizações previstas no caderno de encargos. Com o acordo hoje anunciado, ficaram suspensas as acções em tribunal de ambas as partes.