Estado de alerta prolonga-se até domingo. Risco de incêndio máximo em Faro e Beja
Todos os operacionais estarão apostos e os meios mobilizados para atuar rapidamente em situação de incêndio, este fim de semana, anunciou, Duarte Costa, comandante da Autoridade Nacional da Proteção Civil, em conferência de imprensa. Portugal mantém-se, portanto, em estado de alerta até domingo por causa das temperaturas elevadas, do vento forte e da baixa humidade em todo o território nacional. Sendo que os distritos de Faro e Beja foram colocado em alerta máximo (vermelho).
"O risco de incêndio para os dias de hoje e amanhã é extremamente elevado", apontou Duarte Costa, este sábado, na sede da Proteção Civil, em Carnaxide. Destacando as regiões do Baixo Alentejo e do Algarve como "as mais perigosas".
"De acordo com as últimas informações que temos do Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), vamos ter nos próximos dias, principalmente amanhã, temperaturas muito elevadas, vento muito forte, principalmente no sul do país, humidades muito baixas e não vai haver recuperação de temperaturas durante a noite".
Para além do prolongamento do estado de alerta em todo o território nacional, as autoridades vão aumentar a vigilância e pôr a postos os meios necessários para fazer face a possíveis ocorrências.
O comandante da Autoridade Nacional da Proteção Civil pede a colaboração de todos os portugueses: "Não usem o fogo. Não tenham comportamentos negligentes no uso de maquinaria, não frequentem espaços rurais nestes dias, especialmente amanhã. A situação é de risco para o desenvolvimento de grandes incêndios rurais com uma capacidade de supressão muito difícil".
Neste momento, a Proteção Civil regista apenas uma ocorrência "que não é verdadeiramente preocupante", refere Duarte Costa. Trata-se de um fogo numa zona de mato, em Melgaço, distrito de Viana do Castelo, que mobiliza meia centena de bombeiros, mas que "dentro de uma ou duas horas estará perfeitamente controlado".
Esta sexta-feira, o Governo anunciou que o país estaria em estado de alerta durante todo o fim de semana e o ministro da Administração Interna avançou que devido a esta situação vão estar em vigor algumas restrições, como a proibição da caça no domingo e de atividades desportivas nas florestas.
"Não é possível, nem sardinhadas, nem churrascos, nestes dias", nomeou Eduardo Cabrita.
Durante este período é proibida a realização de queimas, queimadas e o uso de fogo-de-artifício ou de outros artefactos pirotécnicos. Está também fora de questão o acesso, a circulação e a permanência em espaços florestais "previamente definidos nos planos municipais de defesa da floresta contra incêndios".
"Estamos a viver um período particularmente exigente este verão relativamente ao risco de incêndios rurais, tivemos um mês de julho muito difícil, uma primeira quinzena de agosto também muito difícil e estes primeiros dias de setembro tem sido muito exigências para todo o sistema de proteção civil", disse ainda Eduardo Cabrita.
Apesar as temperaturas elevadas até domingo, a partir do início da próxima semana, será como se o outono chegasse repentinamente: está prevista uma descida acentuada da temperatura - que em alguns casos pode chegar aos dez graus - e chuva em todo o território.
"É uma situação normal, não nos podemos esquecer que estamos a caminhar para o outono", disse Ângela Lourenço, meteorologista do IPMA, ao DN, esta sexta-feira.
"O que acontece é que até domingo estamos sob a influência de uma frente vinda de África e é por isso que temos tempo mais seco e quente. A partir de segunda-feira vamos estar sob a influência de ar marítimo, vindo do Atlântico, e por isso teremos um tempo mais frio, húmido e chuva", explicou a metereologista.
Como exemplo, Ângela Lourenço indicou a região de Leiria: se no fim de semana poderá chegar aos 37 graus Celsius, na segunda-feira a temperatura máxima será de 27 graus Celsius, menos dez graus Celsius em apenas dois dias.