O que destaca de mais positivo nestes dois anos?.A demonstração, de acordo com todos os indicadores, do sucesso de um percurso que compatibilizou o aumento do rendimento disponível das famílias, a confiança dos investidores privados internos e externos e das instituições europeias e de notação financeira, o crescimento económico acima da média europeia, com a boa gestão das contas públicas e a consolidação orçamental..O que ficou por fazer?.O que consta ainda por cumprir do programa de governo. Será também importante acentuar o envolvimento das políticas do governo no reforço do investimento público, na capitalização do tecido empresarial privado nacional e na capacitação e melhoria do desempenho de alguns sistemas públicos..Qual será o maior desafio nos dois próximos anos?.O da qualificação das pessoas, das empresas, das administrações, dos sistemas públicos e das decisões. O da convergência com os melhores indicadores europeus. O da redução das desigualdades..O PR será mais interventivo?.Não faço ideia, nem creio que isso seja previsível pelo próprio. Os presidentes da República devem medir a sua intervenção em função das necessidades e não de razões abstratas e, evidentemente, no respeito pelas suas competências..Qual a linha vermelha nos próximos dois anos? O governo durará até final da legislatura? Sem cultivar qualquer espécie de daltonismo político, não descortino o perigo com que a pergunta acena. Quanto à duração do governo, a suspeita sobre a fragilidade é reincidente, mas o que está sucessivamente confirmada é a solidez do apoio parlamentar nas matérias que interessam à estabilidade política. O melhor exemplo é o da aprovação do terceiro Orçamento do Estado consecutivo. Isso tem sido muito importante para os níveis elevadíssimos dos indicadores de confiança das pessoas e dos agentes económicos..A atual solução parlamentar de apoio ao governo poderá ser repetida mesmo que com outra reconfiguração política?.A minha opinião é que o melhor é um governo de base PS, com um programa claro, que saiba ouvir, congregar e contratualizar. Se isso continuar a coincidir com uma solução com o atual perfil, e que continue a ser útil ao país, não vejo inconveniente.