Na 12.ª sessão do julgamento, cujo início está marcado para as 09:30, deverá ser ouvida Teresa Magalhães, especialista do Instituto Nacional de Medicina Legal, que fez um relatório, requerido pelo Tribunal de Faro, sobre as fotografias onde Leonor Cipriano aparece com lesões em vários sítios da cara e corpo..Uma fonte ligada ao processo adiantou à Agência Lusa que a especialista concluiu no relatório que os ferimentos tinham sido efectuados em "três episódios traumáticos" diferentes, havendo hematomas de três a quatro dias, outros com oito a nove dias e outros ainda com 21 dias..A especialista, que nunca viu ao vivo as alegadas lesões de Leonor Cipriano, exclui ainda, no relatório, a possibilidade de queda de escadas como causa das lesões..A defesa dos actuais e ex-inspectores da Polícia Judiciária (PJ) argumenta, todavia, que a tese da queda das escadas não pode ser excluída, por causa do "mecanismo traumático"..Uma especialista em Medicina Legal já havia dito numa outra sessão no Tribunal de Faro que as lesões que Leonor Cipriano apresenta nas fotografias terão sido feitas em dois momentos distintos e que podiam ser consequência tanto de queda de escadas ou como de agressões..Na sessão de julgamento de terça-feira, o advogado de Leonor Cipriano, Marcos Aragão Correia, não deverá comparecer..Marcos Aragão pediu em Fevereiro o afastamento do juiz-presidente deste julgamento, argumentando que o comportamento do magistrado indicia parcialidade. Contudo, o Tribunal da Relação de Évora negou provimento ao pedido de afastamento do juiz-presidente..Aragão Correia foi notificado quinta-feira transacta da decisão do Tribunal da Relação de Évora e face à decisão, que não admite recurso, adiantou à Lusa que não ia estar presente nas próximas sessões do julgamento, embora continue a representar Leonor Cipriano por escrito..O "caso Joana" remonta a 12 de Setembro de 2004, dia em que a menina, de oito anos, desapareceu da aldeia de Figueira, concelho de Portimão, Algarve, e cuja mãe, Leonor Cipriano, e o tio João Cipriano (ambos irmãos), estão condenados pelo Supremo Tribunal de Justiça a 16 anos de prisão pelos crimes de homicídio e ocultação de cadáver da criança..Antes de estar a cumprir a pena na prisão de Odemira, a mãe de Joana esteve presa preventivamente e foi inquirida diversas vezes por inspectores na Directoria de Faro da PJ. .As acusações do Ministério Público contra actuais e ex-inspectores da Judiciária surgiram na sequência dos interrogatórios na PJ de Faro. Três estão acusados de crime de tortura, um é acusado de não ter prestado auxílio e omissão de denúncia e um quinto é acusado de falsificação de documento.