Espanha homenageia vítimas do 11 de março
O funeral de Estado, dirigido pelo cardeal arcebispo de Madrid Antonio María Rouco Varela, contou com a presença do Rei Juan Carlos, da rainha Sofia e de todos os representantes das vítimas dos atentados de 11 de março de 2004, no qual 191 pessoas morreram e mais de 1900 ficaram feridas.
"O amor triunfou sobre o ódio, a vida sobre a morte, a confiança no poder da graça de Cristo Ressuscitado sobre o sentimento de impotência e derrota humana. Deveria-se vencer o terrorismo", disse o cardeal Rouco Varela. O arcebispo recordou que as vítimas "sofreram e morreram" porque indivíduos e grupos "mesquinhos e sem qualquer escrúpulo" subordinavam o valor da vida humana" à obtenção dos seus interesses económicos, sociais e políticos".
A infanta Elena, o primeiro-ministro Mariano Rajoy, membros do executivo, representantes de instituições do Estado bem como todas as associações das vítimas também participaram nas cerimónias, numa reunião que não se via desde 2007, aquando da inauguração do monumento construído em frente à estação de Atocha para assinalar o terceiro aniversário dos atentados.
A homenagem pretendeu ser um acto solene e acabar com todo o dramatismo, tristeza e lágrimas. No fundo fazer o luto. "Temos que estar sempre abertos ao perdão, mas só será eficaz quando se mostra um arrependimento sincero pelos crimes cometidos e, assim, reparar os danos causados", disse Rouco Varela, lembrando a manhã de 11 de março quando dez bombas explodiram em quatro comboios da linha suburbana que liga Alcalá de Henares a Atocha, no centro da capital espanhola.
Depois das cerimónias oficias de hoje, as associações voltam a homenagear as vítimas em separado, com iniciativas distintas. Amanhã vai-se realizar a nova edição do concerto "In Memoriam" no Auditório Nacional da Música , organizada pela Fundação das Vítimas do Terrorismo juntamente com a Orquestra Sinfónica e Coro de RTVE. O evento contará com a presença da rainha.