Espanha: Apenas coligação PP-PSOE gera maioria no parlamento
Apenas uma coligação do conservador Partido Popular (PP) com o Partido Socialista (PSOE) conseguiria reunir os lugares suficientes para que Espanha possa ter um governo de maioria, na sequência das eleições gerais de hoje.
Tal como nas eleições de 20 de dezembro de 2015, os partidos estão obrigados a fazer acordos para conseguir avançar para a investidura de um presidente do Governo e, à exceção de um hipotético acordo PP-PSOE, são necessárias pelo menos três forças políticas para tal.
Quando a quase totalidade dos votos estão apurados, o Partido Popular, com 137 lugares (mais 14 que nas eleições de há seis meses), e o PSOE, com 85 eleitos (menos cinco que em dezembro), somariam um total de 222 deputados, superando largamente os 176 eleitos necessários para conseguir a maioria absoluta no congresso (350 assentos).
Fica a sete lugares desta marca a soma do PP com no partido de centro direita Ciudadanos (que conseguiu 32 deputados, menos oito que nas eleições passadas), totalizando 169 assentos, e não seria suficiente conseguirem que se lhes juntassem os cinco eleitos do Partido Nacionalista Basco (PNV, na sigla em espanhol) e o deputado da Coligação Canária.
Um acordo entre o PSOE e a coligação de esquerda Unidos Podemos representa um total de 156 deputados, a 20 lugares da maioria necessária para alcançar a investidura de um governo.
Assim, teriam de conseguir o apoio do Ciudadanos, improvável face ao que se verificou na legislatura passada, ou de vários outros partidos que conseguiram lugares no congresso: Esquerda Republicana da Catalunha e plataforma Catalunha Sim (ERC), com nove eleitos; Convergência Democrática da Catalunha (CDC), com oito; Euskal Herria Bildu, com dois deputados e Coligação Canária, um mandato.
Sem uma maioria absoluta garantida, um candidato à presidência do Governo espanhol para ser investido teria de conseguir mais votos a favor do que contra, um jogo de maiorias em que deveria ter em conta não só os apoios, mas também as possíveis abstenções.
Nas eleições de hoje, os espanhóis foram chamados a escolher os 350 deputados e 208 senadores que irão tentar desbloquear o atual impasse político em que o país vive há seis meses.
Depois das eleições de 20 de dezembro, os partidos políticos foram incapazes de chegar a acordo para assumir as responsabilidades governativas.