"Precisamos de mudança e temos de agir agora", afirmou esta quinta-feira uma das porta-vozes do protesto que está a levar estudantes a ocupar a escola artística António Arroio, em Lisboa. Um movimento que começou na segunda-feira e que abrange, ao todo, seis estabelecimentos do secundário e do ensino superior da capital, para exigir o "Fim ao Fóssil"..Um grupo de alunos da escola, colou-se às portas da escola, bloqueando a entrada, em protesto pelo fim dos combustíveis fósseis, e houve estudantes em protesto no telhado. Os alunos estão desde segunda-feira a ocupar a escola, num protesto que se repete em outras cinco escolas e faculdades da capital com uma reivindicação comum: o fim dos combustíveis fósseis...No interior do estabelecimento "cerca de 50 pessoas" estão barricadas, pernoitaram na escola para reivindicar e sensibilizar para o combate às alterações climáticas, conta Leonor Pera, uma das porta-vozes do movimento "Fim ao Fóssil: Ocupa" nesta escola secundária, ouvida pela CNN Portugal.."É um protesto de ocupação em termos prolongados. O facto de permanecermos na escola é uma forma de dar a ideia que isto não é um movimento de um dia e acabou, é um movimento que vai acontecer no tempo até haver um acordo", disse Vicente Carvalho, um dos alunos que pernoitou na António Arroio, em declarações ao canal de notícias..Questionado sobre se este não é um protesto irresponsável, uma vez que está a impedir a realização de aulas, o estudante responde ao afirmar "a educação vai ser posta em causa um dia quando estamos num paradigma em que provavelmente não vai haver retorno"..Promete para os próximos dias a continuação de "resistência pacífica", com os alunos a expressar-se na escola. "Não são jovens contra o sistema, não são jovens contra adultos. É uma tentativa de união por parte de todos para mudar um paradigma mundial. É necessário", acrescentou Vicente Carvalho. .Exigem o fim dos combustíveis fósseis até 2030 e a demissão do ministro do Mar e da Economia, António Costa e Silva. "Pretendemos ser ouvidos, que nos respeitem, e que haja mudança. Não queremos continuar assim. Estamos a caminhar para a catástrofe climática, precisamos de mudança e temos de agir agora. Pretendemos ser ouvidos", refere a porta-voz do movimento..Desde o início da semana, os estudantes protestam para que haja mudanças significativas no combate às alterações climáticas com ações de desobediência civil com a ocupação dos estabelecimentos de ensino, isto numa altura em que decorre no Egito a 27ª conferência do clima da Organização das Nações Unidas, a COP 27.."Ontem [quarta-feira] bloqueamos a entrada principal da escola, deitando-nos no chão e hoje temos cerca de 50 pessoas dentro da escola fechadas", resume Leonor Pera em frente à escola António Arroio, onde esta manhã não tem havido aulas..Além da principal reivindicação, o fim dos combustíveis fósseis até 2030, os estudantes exigem "a demissão imediata" do ministro do Mar e da Economia, António Costa e Silva, que foi presidente do Conselho de Administração da petrolífera Partex. "Apoia empresas que estão disponíveis para fazer novos furos" de extração de combustíveis fósseis", justifica Leonor Pera.."Precisamos de ser ouvidos e ser ouvidos no Governo", destacou a estudante durante os protestos na escola artística António Arroio. "Vamos lutar até vencer", prometeu..Segundo o porta-voz da greve climática estudantil, Alice Gato, os alunos decidiram bloquear o acesso à escola por sentirem que as suas reivindicações não estavam a ser ouvidas, explicou à Lusa..Está previsto que no sábado (12 novembro) os estudantes participem na marcha pelo clima, organizada pela coligação "Unir Contra o Fracasso Climático".