Equipa das Ilhas Reunião faz mais de nove mil quilómetros para jogar a... Taça de França
Este sábado, o Jeunesse Sportive Saint-Pierroise, uma equipa das Ilhas Reunião (Oceano Índico) enfrentará o Chamois Niortais (18.ª da segunda liga francesa) nos 1/32 avos de final da Taça de França. Mas como uma equipa de outro continente pode disputar uma competição nacional francesa? A explicação é simples apesar de insólita. A Taça de França é a única competição organizada por uma federação que ocorre em quatro continentes. A cada ano, as melhores equipas dos vários territórios que pertencem politicamente a França entram na prova a partir da sétima ronda. Os clubes viajam milhares de quilómetros à procura da glória às custas da Federação Francesa de Futebol (FFF).
Os territórios ultramarinos são oficialmente considerados solo francês. Casos da Guiana Francesa (América do Sul), Nova Caledônia e Polinésia Francesa (Oceania), Ilhas Reunião e Mayotte (África), Guadalupe, Martinica, São Martinho e São Bartolomeu (América do Norte) e São Pedro e Miquelon (América Central). Todos eles fazem a sua própria seleção da melhor equipa para jogar a taça francesa. O fraco poder futebolístico desses territórios não lhes permite chegar longe na competição. Em 1989, o Galder Kourou, da Guiana Francesa, chegou à 16ª ronda, sendo depois derrotada pelo Nantes num total de dois jogos de 11-0.
Agora, 31 anos depois, o Saint-Pierroise, clube histórico onde começaram Jean-Pierre Papin, Roger Milla, Dimitri Payet ou Djibril Cissé, vai tentar repetir esse feito e conta com a ajuda de Sinama-Pongolle, que nasceu nas Ilhas Reunião e já jogou no Sporting, em 2009-10. Para isso terá que fazer 9176 quilómetros para jogar na costa oeste de França.