Equador confirma morte de jornalistas raptados por dissidentes das FARC

O jornalista Javier Ortega, o fotógrafo Paul Rivas e o motorista Efrain Segarra tinham sido raptados a 26 de março.
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O presidente equatoriano, Lenín Moreno, confirmou ontem a morte de dois jornalistas do jornal El Comercio e do seu motorista, que foram sequestrados a 26 de março junto à fronteira colombiana por um grupo dissidente das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que rejeitaram o processo de paz.

"Não recebemos prova de vida", disse Moreno numa declaração televisiva. "E infelizmente temos informações que confirmam o assassínio dos jornalistas", acrescentou o presidente, que tinha dado na quinta-feira 12 horas para os sequestradores apresentarem a prova de vida, depois de começarem a circular imagens dos três jornalistas mortos. "Parece que estes criminosos nunca planearam entregá-los em segurança", indicou

O jornalista Javier Ortega, de 36 anos, o fotógrafo Paul Rivas, de 45 anos, e o motorista Efrain Segarra, de 60 anos, foram sequestrados na zona de Matage, província de Esmeraldas (noroeste), perto da fronteira com a Colômbia, onde se encontravam a recolher informações sobre os ataques que envolvem narcotraficantes que se registam na região desde janeiro. A 3 de abril, a imprensa colombiana tinha recebido uma prova de vida dos três sequestrados. No vídeo, apareciam com correntes nos braços e no pescoço.

A confirmação da morte dos três foi dada pelo presidente também no Twitter.

"Com profundo pesar lamento informar que se confirma o assassínio dos nossos compatriotas. Ordenei ações imediatas. O país está de luto. Vamos respeitar a dor dos nossos irmãos. Agora é hora de estarmos unidos", escreveu Moreno junto com o hashtag #UnidosPelaPaz. O presidente tinha voltado de emergência ao Equador na quinta-feira (estava em Lima para a Cimeira das Américas), depois de terem sido divulgadas as fotos dos alegados cadáveres dos três sequestrados.

Ontem, após a confirmação da morte dos três, Lenín Moreno ordenou o reinício das operações militares e policiais, assim como o destacamento das forças de elite equatorianas para a região. Pediu ainda ajuda à Igreja Católica e aos organismos de cooperação internacionais para ajudar na localização e repatriação dos corpos.

Além disso, Lenín Moreno ofereceu uma recompensa de cem mil dólares por informações que possam levar à detenção de Guacho, o líder da Frente Óliver Sinisterra, colocando-o na lista dos mais procurados do país. O equatoriano Walter Patricio Arízala Vernaza fez parte da Frente 29 das FARC, mas rejeitou o processo de paz e dedicou-se ao cultivo e tráfico de droga na fronteira entre Colômbia e Equador. É também um dos homens mais procurados da Colômbia. A Frente Óliver Sinisterra terá entre 70 e 80 homens.

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