Entre a dúvida Iker Casillas e a vontade de Sérgio em inverter ciclo

Vice-campeão apresentou-se com o objetivo de quebrar jejum de títulos. Sem reforços mas (ainda) com o guardião espanhol
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O FC Porto versão 2017-2018 apresentou-se ontem com muita coisa ainda por definir. Uma coisa é certa, sejam quem forem os intérpretes do plantel do vice-campeão nacional, o objetivo está bem definido e foi assinalado no primeiro dia pelo treinador Sérgio Conceição, que se estreou ontem como homem do leme portista.

"O primeiro dia tem sempre uma dinâmica diferente mas correu bem. Alguns jogadores já cansados na parte final mas isso é normal. A aplicação e a seriedade estiveram lá e isso é importante. Vejo disponibilidade para trabalhar, vontade de inverter este ciclo de quatro anos sem ganhar. Temos todos de ter esse compromisso, de dar o máximo e ir ao limite para dar alegrias aos adeptos no final", referiu ao Porto Canal Sérgio Conceição, que não teve problemas, bem ao seu estilo, de deixar um aviso sério à navegação quando confrontado com o regresso de alguns futebolistas que estavam cedidos: "Do mais novo ao mais velho, todos têm de mostrar todos os dias, justificar que merecem vestir esta camisola e estar neste clube. É exigência máxima para toda a gente, não só para os que vêm de empréstimo."

Massa salarial tem de baixar

O que Sérgio Conceição não abordou são as muitas incógnitas relacionadas com o plantel portista. A começar por Iker Casillas. O espanhol nestes últimos dois anos teve o ordenado esmagadoramente pago pelo Real Madrid e se cumprisse 70 jogos de dragão ao peito podia exercer uma cláusula de renovação por mais uma temporada. Mas aqui há uma nuance, em 2017-2018 Casillas manteria o vencimento, com o FC Porto a responsabilizar-se a 100%.

Estamos a falar de 14 milhões de euros brutos que, anteriormente, o Real Madrid comparticipava em nove milhões de euros. Tendo em conta as boas relações que mantém com a SAD do FC Porto, Iker Casillas ainda não acionou a cláusula que lhe permite ficar. E até pode permanecer, mas com valores revistos em baixa, porque o FC Porto, que está intervencionado pela UEFA por não ter cumprido o fair play financeiro, precisa de reduzir de uma forma substancial a sua massa salarial, que na primeira metade da época que terminou estava em valores próximos dos 40 milhões de euros.

Ou seja, e em resumo, Casillas apresentou-se mas pode não fazer parte do plantel portista devido a aspetos de ordem financeira. Pelos mesmos motivos, Maxi Pereira, que ainda goza férias, também pode não voltar a representar o FC Porto, muito embora o uruguaio tenha um substituto à altura: Ricardo Pereira, que nas duas últimas épocas esteve cedido aos franceses do Nice.

Cláusulas não foram acionadas

Depois da baliza, a defesa é um setor que oferece ainda algumas reservas. Espanyol de Barcelona e Stoke City não acionaram, respetivamente, as opções que tinham sobre o mexicano Reyes e o holandês Martins Indi. E o primeiro até tem grandes possibilidades de permanecer no Dragão, pois Sérgio Conceição gosta das suas características. Mas em relação a estes dois futebolistas há um problema que o FC Porto tem de solucionar, pois ambos vão entrar para o último ano de contrato.

No que toca a saídas, falta a oficialização das transferências de Boly e Rúben Neves para o Wolwerhampton, clube treinado por Nuno Espírito Santo.

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