"Estava curioso para ver estes quadros juntos", confessou na quinta-feira Bernard Frize, sobre as quase cinco dezenas de obras suas, algumas nunca antes mostradas em público, que o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian mostra até 31 de maio. A curiosidade do pintor francês prendia-se com o facto de, pela primeira vez, juntar estes trabalhos, de períodos tão diferentes da sua carreira, recuando ao início da década de 90 (com, por exemplo, o conjunto de cinco telas de 1992 Cinq Vues dans un Carré) até aos mais recentes acrílicos e resina sobre tela Palter e Procter, de 2012)..Distinguido em dezembro com o prémio da Academia das Artes de Berlim - pelo "seu astuto e conceptual processo artístico, com base em sistemas e regras autoimpostas", segundo as palavras do júri -, Bernard Frize afirmou na altura que "uma pintura é um objeto pendurado numa parede à espera que as pessoas o vejam e o ativem". E durante a visita à sua exposição patente no CAM voltou a destacar esta dimensão do seu trabalho. "Cada quadro é único para cada pessoa.".A preocupação com o ato de pintar em si - o pintor francês, de 65 anos, defende que é um trabalho como outro qualquer - é bem visível em quase todas as obras. Reconhecendo que em algumas das suas obras se pode adivinhar, por exemplo, uma paisagem, sublinha, no entanto, que "a paisagem não está lá representada, é construída segundo a imaginação de cada pessoa". Como se cada um fosse juntando os pontos entre as pinceladas e criasse o seu quadro. Não se estranha, por isso, o título da exposição - Isto É Uma Ponte - propondo um caminho entre a abstração e a figuração..Leia mais pormenores na edição impressa ou no e-paper do DN