Conselho Europeu diz que ensino de História deve ser repensado e Descobertas explicadas

Manuais escolares devem mostrar o papel do país no desenvolvimento das ex-colónias, mas falar também da discriminação e violência cometida contras os povos das ex-colónias
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Portugal deve repensar o ensino da História nas escolas e, em particular, a história das ex-colónias, mostrando o papel que o país desempenhou no desenvolvimento e, mais tarde, na abolição da escravatura.

Este é um dos desafios deixados pela Comissão Europeia contra o racismo e a Intolerância (ECRI) no relatório que divulgou na manhã desta terça-feira sobre a forma como Portugal lida com estes temas e em que defende que deveria existir um órgão independente para investigar as polícias. E que estas podem estar "infiltradas" por elementos da extrema-direita.

No documento, que resulta de um trabalho que é efetuado de cinco em cinco anos com análise de fontes escritas e de uma visita ao país, é deixado o desafio para que seja coloca em questão a "narrativa da descoberta do novo mundo", nomeadamente a história e contributo dos afrodescendentes, assim como dos ciganos, para a sociedade portuguesa.

"As autoridade deveriam ainda melhorar os manuais escolares seguindo estas linhas de orientação e prosseguir e reforçar as medidas para sensibilizar a sociedade no seu todo para o racismo", pode ler-se no relatório.

A ECRI deixa ainda recomendações para que as "autoridades portuguesas reforcem a educação para os direitos humanos e a sensibilização relativamente ao racismo e à discriminação e desenvolvam o ensino da história de uma forma que englobe o papel desempenhado por Portugal no desenvolvimento e abolição da escravatura e a discriminação e violência cometidas contra os povos indígenas nas ex-colónias"

Lembrando o exemplo do Alto Comissariado para as Migrações, que criou um kit para "ajudar as crianças a discutir a cor da pele" e que lançou um "projeto piloto sobre a discriminação racial em 200 escolas", os autores do documento recordam uma declaração do Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, numa visita à ilha Gorée, no Senegal, onde afirmou que "as autoridades políticas de Portugal tinham reconhecido a injustiça da escravatura quando a tinham abolido em parte do seu território em 1761".

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