Enrique Urbizu ganha a Pedro Almodóvar
"No habrá paz para los malvados", que conta a história de um polícia de Madrid, venceu o galardão de melhor filme e Enrique Urbizu, pela primeira vez, o de melhor realizador, destronando o consagrado Pedro Almodóvar, que concorria com "A pele onde eu vivo", na 26.ª atribuição dos Goya.
Nascido em Bilbau (País Basco), em 1962, o cineasta entrou no cinema aos 25 anos. Entre 2006 e 2009, foi vice-presidente da Academia Espanhola de Cinema.
O filme de Enrique Urbizu arrecadou seis prémios, incluindo ainda o de melhor ator principal, para José Coronado, escolhido entre atores como Antonio Banderas.
Elena Anaya foi distinguida como melhor atriz, pelo papel no filme "A pele onde eu vivo".
O filme "O Artista", de Michel Hazanavicius, candidato aos Óscares de Hollywood, que serão atribuídos no próximo domingo, foi considerado a melhor obra estrangeira.
O momento mais político da noite coube, no entanto, a Isabel Coixet, que venceu o galardão de melhor documentário, com "Escuchando al juez Garzón".
Trata-se de um documentário sobre o juiz espanhol Baltasar Garzón, recentemente suspenso de exercer a magistratura por onze anos.
Isabel Coixet aproveitou para prestar homenagem a Garzón. "O Supremo Tribunal pode afastar Garzón da justiça, mas nada nem ninguém poderá afastar a justiça do juiz Garzón", afirmou, entre aplausos.
Garzón, de 56 anos, foi condenado a onze anos de suspensão, por ter ordenado escutas a conversas entre detidos e advogados, numa investigação a uma rede de corrupção em 2009, no que foi considerado pelos juízes do Supremo Tribunal, unanimemente, uma violação dos direitos de defesa.
O veredito deverá pôr fim à carreira do mediático juiz, suspenso de funções desde maio de 2010 e que é alvo de um outro processo pelas investigações aos desaparecidos da guerra civil e do franquismo em Espanha.