A adesão à greve desta terça-feira dos enfermeiros do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) tem sido "muito elevada", disse à agência Lusa fonte sindical, tendo apontado para números na casa dos 90% ao turno da manhã.."A adesão à greve foi muito elevada, nomeadamente em Abrantes foi de 93%, em Tomar de 85% e em Torres Novas cerca de 90%", disse ao início da tarde a enfermeira Helena Jorge, do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), com o CHMT a confirmar uma "adesão global de 85%", com especial impacto nas cirurgias programadas..O Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) integra os hospitais de Abrantes, Tomar e Torres Novas..Questionado pela Lusa, fonte da administração do CHMT deu conta de uma "adesão global à greve dos enfermeiros convocada pelo SEP de 85% - 85% na Unidade de Torres Novas, 79% na Unidade de Tomar e 90% na Unidade de Abrantes..A mesma fonte frisou, no entanto, que a greve "não afetou a consulta externa nas três unidades do CHMT, que está a decorrer com o apoio dos assistentes operacionais e enfermeiros que se apresentaram ao serviço", tendo "mais expressão ao nível das cirurgias programadas", que tiveram, entretanto, de ser reprogramadas..No hospital de Abrantes, "no Serviço de Bloco Operatório, apenas 50% dos enfermeiros aderiam à greve", estando todos os serviços com mínimos assegurados, incluindo as Urgências, acrescentou..Os enfermeiros do Centro Hospitalar do Médio Tejo (CHMT) realizam hoje uma greve aos turnos da manhã e da tarde, entre as 08:00 e as 24:00, para "reivindicar que seja retificado o tempo que não foi contado para progressão nas carreiras", e contestar o "agravamento das condições e horários de trabalho", com reflexos nos descansos e folgas..A dirigente sindical, que esteve esta terça-feira à entrada do Hospital de Torres Novas, no distrito de Santarém, frisou que "a questão central tem a ver com o problema da progressão das carreiras", um processo que remonta a 2018 e que estará a afetar 80% dos cerca de 700 enfermeiros daquele centro hospitalar..O nível de adesão ao protesto, afirmou, é reflexo de um "descontentamento geral" e "demonstra as razões e preocupações que motivaram a greve" dos enfermeiros..Dando conta que o problema "não é exclusivo" deste centro hospitalar e lembrado que "o hospital de Santarém também tem dois anos não avaliados", Helena Jorge afirmou, no entanto, que "o CHMT, desde o descongelamento da administração pública, é um dos hospitais do país que menos contabilizaram os anos não avaliados" à classe da enfermagem.."Não avaliou os enfermeiros entre 2004 e 2014, em períodos diferenciados", disse, tendo feito notar que "há 20 e tal anos que estes enfermeiros continuam a ganhar o vencimento base da carreira, mantendo-se uma "discriminação entre os vínculos a contrato individual de trabalho (CIT) e da função pública, com menos férias, sem ADSE e muitas diferenças", um "problema que se arrasta desde 2018"..A dirigente sindical disse ainda que "o SEP vai reunir-se amanhã [quarta-feira] com o Ministério" [da Saúde] tendo manifestado a expectativa de "que seja um dos assuntos resolvidos".