Enfermeiro alemão terá assassinado pelo menos 84 pacientes

Polícia diz que número de vítimas é provavelmente maior, mas muitas foram cremadas, eliminando as provas
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As autoridades alemãs acreditam que um enfermeiro de uma clínica na cidade de Delmenhorst matou pelo menos 84 pessoas. Niels Hoegel foi condenado em 2015 por dois homicídios e duas tentativas de homicídio, mas esta segunda-feira a polícia revelou que o número de vítimas do enfermeiro é muito maior.

Hoegel dava aos pacientes doses demasiado altas de um medicamento para o coração e eles morriam por overdose.

As injeções que praticava serviam para levar os pacientes ao limiar da morte, a fim de demonstrar a sua capacidade de as trazer de volta à vida, explicou o enfermeiro, que apresentou o tédio como outro motivo para os crimes.

Após a condenação, as autoridades investigaram a morte de centenas de pacientes de duas clínicas onde Hoegel trabalhou - nas cidades de Delmenhorst e de Oldenburg. A polícia exumou os corpos das vítimas e encontrou provas de que o enfermeiro matou pelo menos 84 pessoas ao longo de muitos anos. Este número não inclui as duas mortes pelas quais foi condenado.

Johann Kuehme, o chefe da polícia da cidade de Oldenburg, próxima de Delmenhorst, disse esta segunda-feira que provavelmente Hoegel matou mais de 86 pessoas, mas algumas das vítimas foram cremadas, logo as provas foram eliminadas.

"84 mortes deixam-nos sem palavras", disse Kuehme, segundo o Washington Post. "E como se não fosse suficiente, temos de perceber que a dimensão real dos homicídios de Niels Hoegel é provavelmente muito pior".

Durante o seu julgamento, Hoegel, que confessou a um psiquiatra ter matado dezenas de pessoas, pediu desculpas aos familiares das suas vítimas.

O caso surgiu em 2005, quando foi surpreendido por um colega quando se preparava para dar uma injeção não prescrita a um paciente numa clínica em Delmenhorst, o que o levou a uma primeira condenação por tentativa de homicídio em 2008.

As autoridades dizem que as mortes poderiam ter sido evitadas se os funcionários e responsáveis pelas clínicas tivessem denunciado o caso. A polícia vai agora investigar os antigos funcionários das clínicas onde Hoegel trabalhou.

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