Empresas portuguesas condenadas por exploração de trabalhadores

Um tribunal na Irlanda condenou três empresas portuguesas por falsificação de documentos e exploração de trabalhadores, que irão receber agora os valores prometidos e nunca pagos.
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O caso remonta a 2007, quando mais de uma centena de portugueses, contratados para trabalhar na construção de uma estrada na Irlanda, se queixaram de que tinham sido enganados e estavam a ser explorados pelos seus empregadores. Em causa estava o consórcio Rac Eire Partnership, formado pelas empresas Amândio Carvalho SA, Rosas Construtores SA e Gabriel Couto SA.

Em declarações à Lusa, Carlos Silva, que trabalhou na Irlanda como motorista e manobrador de máquinas, recorda que o contrato estabelecia um pagamento de 16.75 euros/hora, mas os trabalhadores recebiam 7.50. Além disso, lembra, trabalhavam uma média de 60 horas por semana mas só lhes pagavam 40. A alimentação distribuída era pouca, não havia água quente para os banhos (quando a temperatura era de dois graus negativos) e em alojamentos para uma pessoa dormiam quatro, acrescenta.

Alguns funcionários chamaram a inspecção do trabalho, que descobriu outras irregularidades, entre as quais documentos falsos.

O caso seguiu para o Tribunal Distrital de Nenagh, Tipperary, que deu agora razão aos trabalhadores e condenou as empresas a "pagar tudo", disse Carlos Silva, que espera receber cerca de 18 mil euros, pelos dez meses de trabalho.

A Agência Lusa tentou contactar com Maria Manuela Silva, com o advogado que representou os portugueses e com as três empresas condenadas, mas até ao momento não foi possível.

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