As autoridades norte-americanas preveem discutir com Cuba compensações de sete mil milhões de dólares que empresas dos Estados Unidos reclamam a Havana por expropriações realizadas já há várias décadas, refere hoje o "The Walll Street Journal". .Citando uma fonte do Departamento de Estado, em Washington, o diário norte-americano adianta que o "restabelecimento de relações diplomáticas permitirá aos Estados Unidos trabalhar de forma mais efetiva com o Governo cubano num leque de assuntos importantes, incluindo o das reclamações das empresas dos Estados Unidos"..Um tema que a mesma fonte diplomática de Washington classificou como "prioritário" para os Estados Unidos nas futuras negociações com Cuba..A maior parte das indeminizações reclamadas por empresas norte-americanas resultaram de expropriações concretizadas depois de o líder histórico cubano, Fidel Castro, chegar ao poder do país em janeiro de 1959..Várias empresas, como a Coca-Cola, a Exxon Mobil ou a Colgate Palmolive, têm pendentes processos que ultrapassam os sete mil milhões de dólares, de acordo com as estimativas do "The Wall Street Journal"..No entanto, a quantia mais elevada pedida por uma só empresa a título de indeminização ao regime de Havana, na ordem dos 267,6 milhões de dólares, pertence a uma companhia de materiais de oficina, a "Office Depot" .Após vários acordos e fusões nos últimos anos, a empresa é atualmente proprietária da "Cuba Eletric" - uma companhia do ramo da energia que em 1960 geria mais de 90 por cento da eletricidade vendida em Cuba e que o regime de Fidel depois nacionalizou..Em 1964, na sequência de uma vaga de nacionalizações, o congresso dos Estados Unidos solicitou ao Departamento de Justiça que determinasse a validade e o valor das compensações exigidas por empresas norte-americanas a Cuba..Este processo demorou seis anos e fechou com o reconhecimento de quase seis mil reclamações por um valor inicialmente estimado em 1,8 milhões de dólares, mas que hoje já atinge os sete mil milhões de dólares..O Presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, anunciou na passada quarta-feira o começo de um processo para normalizar as relações diplomáticas com Cuba, rompidas em 1961, ante o "fracasso" das políticas de isolamento político e de embargo económico seguidas nas últimas décadas.