Empresário de Malta detido por suspeita de assassinar jornalista Caruana Galizia

Yorgen Fenech, diretor e proprietário da Electrogás, foi detido a bordo do seu iate.
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Um empresário maltês foi esta quarta-feira detido por suspeita de ter mandado matar, em 2017, a jornalista Daphne Caruana Galizia, conhecida em Malta por expor casos de corrupção da elite política e empresarial do país, anunciou a polícia.

"Prendemos um homem no âmbito da investigação sobre o assassínio de Daphne Caruana Galizia", disse à agência de notícias francesa AFP um responsável da polícia.

O empresário, identificado como Yorgen Fenech, foi detido esta quarta-feira de manhã, a bordo do seu iate, pouco depois de deixar aquela ilha do Mediterrâneo, adiantou a mesma fonte.

Yorgen Fenech é diretor e proprietário da Electrogás, que ganhou em 2013 um concurso de vários milhões de euros aberto pelo Estado de Malta para a construção de uma central elétrica de gás.

A agência maltesa de informação financeira também o identificou como proprietário de uma empresa sediada no Dubai, a 17 Black.

Oito meses antes de sua morte, Daphné Caruana Galizia escreveu sobre essa empresa no seu blogue, afirmando que tinha ligações a políticos malteses.

A detenção de Yorgen Fenech acontece depois de o primeiro-ministro, Joseph Muscat, ter garantido que daria imunidade a um homem suspeito de ter sido intermediário no assassínio em troca de seu testemunho no tribunal.

Três suspeitos detidos por suspeita de terem executado o homicídio

O suspeito, que não foi identificado, foi detido na semana passada numa operação conjunta da Interpol e da polícia maltesa contra lavagem de dinheiro, tendo admitido saber quem está por trás do assassínio da jornalista.

A jornalista investigava na altura vários políticos malteses, incluindo o primeiro-ministro e a mulher, no âmbito dos "Papéis do Panamá", que mostraram como centenas de políticos, empresários e celebridades utilizaram paraísos fiscais para evasão fiscal, lavagem de dinheiro e transações ilegais.

Três pessoas foram detidas em dezembro de 2017 por suspeita de executarem o homicídio, mas o mandante do crime não foi identificado.

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