O estudo sobre as necessidade de estacionamento em Lisboa, encomendado pela EMEL, será apresentado publicamente até final do ano e abrange também as zonas onde a empresa não está ainda a operar, revelou hoje um dos administradores..Durante uma audição na comissão de Mobilidade e Segurança da Assembleia Municipal de Lisboa, o administrador da EMEL - Empresa Municipal de Mobilidade e Estacionamento de Lisboa Jorge Oliveira disse que o estudo "está a decorrer e será concluído no mês de setembro".."Já foram feitas muitas contagens", referiu, adiantando que "abrange o levantamento da oferta na via pública e em parques de estacionamento", incluindo os parques privados..O estudo deverá ser apresentado na Assembleia Municipal de Lisboa "até ao final do ano", bem como as soluções que "até lá conseguirem ser gizadas"..Em declarações à Lusa no final da reunião da comissão da Assembleia Municipal, Jorge Oliveira acrescentou que o estudo abrange não só as zonas que já têm estacionamento de duração limitada, como "também zonas onde a EMEL ainda não está a operar".."Estamos a estudar a oferta e procura de cada zona", disse..Na audição na comissão de Mobilidade e Segurança, o administrador da EMEL foi confrontado com várias questões por parte dos deputados municipais, nomeadamente sobre o possibilidade de atribuição de dísticos de residentes aos chamados "cuidadores informais" que ajudam pessoas que moram em zonas taxadas..Jorge Oliveira explicou que "o número de cuidadores informais é muito elevado" porque Lisboa é hoje uma cidade muito envelhecida, mas não está prevista a atribuição de um dístico..A solução que a EMEL propõe - e que consta da alteração ao regulamento da empresa - é a atribuição de um crédito no 'epark' concedido ao residente que poderá depois ser utilizado pelo cuidador informal..Relativamente à petição contra a criação de zonas de estacionamento limitado nos Olivais, o administrador da empresa recordou que houve um "pedido da junta de freguesia" e recusou a possibilidade de não serem cobrados dísticos aos residentes.."Os regulamentos que a EMEL aplica são transversais a toda a cidade de Lisboa", salientou, lembrando, contudo, que na proposta de alteração ao regulamento da empresa já está previsto que o primeiro dístico de residente passe a ser gratuito, o que deverá acontecer se for solicitado apenas um..E, acrescentou, apesar de alguma contestação à cobrança de estacionamento nos Olivais, "a associação de moradores do bairro da Encarnação já pediu encarecidamente para a EMEL não sair".."Onde estamos a operar aquilo que toda a gente pede é para não sairmos", reforçou, atribuindo uma eventual subida de contestação ao aumento da atividade da empresa, pois enquanto entre 1994 e 2014 foram ordenados cerca de dois mil lugares por ano, em 2018 foram "ordenados 14 mil".."Todas as petições são contra a entrada da EMEL, nunca houve nenhuma a pedir a saída da EMEL", disse..Em resposta a uma questão colocada pela presidente da Junta de Freguesia de Benfica, Inês Drummond, sobre a possibilidade de, em momento posterior, vir a ser alterado o tarifário cobrado na zona do centro comercial Colombo, que será classificada de "zona verde", o administrador da EMEL esclareceu que tal não será possível..Pois, explicou, o regulamento em vigor define que toda a cidade de Lisboa é "zona verde", existindo depois "uma coroa amarela" e "eixos vermelhos".."Não é possível fora da coroa alterar para zona amarela, só definir eixos vermelhos", referiu, adiantando, contudo, que na proposta de alteração ao regulamento da EMEL prevê-se um maior número de tarifários..Relativamente a críticas sobre a forma como a EMEL delimita as zonas de estacionamento pago e o facto de algumas serem muito pequenas, Jorge Oliveira explicou que "a razão de ser das zonas teve como base um conjunto muito alargado de estudos" e que se constatou que "o residente está disponível para procurar estacionamento num raio de 200 a 300 metros da residência".."As zonas procuram garantir que todos tenham disponibilidade de estacionar nesse raio de distância", assegurou.